Além de DiCaprio, outras personalidades e o próprio senso comum tendem a repetir que a maior floresta tropical do mundo sirva como pulmões ao planeta. Do ponto de vista científico, porém, a analogia é equivocada.
Os pulmões humanos são responsáveis por uma troca gasosa essencial: eles nos fornecem oxigênio e eliminam o gás carbônico produzido pelo próprio corpo durante a queima energética.
De acordo com o biólogo e pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais Adriano Paglia, são as algas marinhas, vegetais fotossintetizantes, que fazem boa parte da liberação de oxigênio na atmosfera mundial - e não a floresta amazônica, que é responsável por uma parte pequena dessa entrega de ar puro à atmosfera. Isso porque, grande parcela do oxigênio produzido pela floresta durante o dia é utilizado por ela mesma no processo de respiração.
Isso não quer dizer que a Amazônia não deva ser preservada.
Muito pelo contrário.
"Eu não gosto dessas analogias (corpo humano e planeta). O planeta é um conjunto de ecossistemas, do qual a Amazônia é um deles. A Amazônia é o nosso regulador climático mundial, ou seja, responsável pela manutenção do clima no mundo", explica.
Como o clima do planeta é integrado, uma alteração em um ecossistema irá afetar o clima de todo o planeta. "Ela não afeta só a América do Sul e sim o planeta inteiro", diz.
Além disso, ainda segundo o especialista, outras importâncias globais da Amazônia estão no regime de chuvas e na manutenção da enorme biodiversidade, que é responsável pelo equilíbrio de ecossistemas e por serviços ambientais fundamentais para o ser humano.
Desenhando, a Amazônia não é o pulmão do mundo: sua importância extrapola essa analogia banal: sem a Amazônia a vida no mundo é ameaçada.
Algas marinhas têm papel essencial na produção de oxigênio no mundo |
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