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terça-feira, 29 de abril de 2014

Direção da UJS Betim indica Cristiano Marcos para presidir a entidade

A direção executiva municipal da União da Juventude Socialista, concluiu nesta 2ª feira dia 28, uma serie de reuniões que buscou debater a realização do 10º congresso, bem como o planejamento de organização e crescimento da entidade para os próximos anos.

Para alcançar êxito na execução das metas apontadas, a executiva da UJS destacou a necessidade de construir uma direção forte, coesa e combativa, para isso apontou diversos nomes que assumirão tarefas de direção.

Dentre os nomes sugeridos, está Cristiano Marcos, que foi indicado por unanimidade para assumir a presidência da UJS Betim. Cristiano é um quadro de grande destaque da juventude socialista, tendo uma larga experiência à frente de entidades como a Umes, associação de bairro, sendo atualmente diretor tesoureiro do DCE Pitágoras e membro da direção do Partido Comunista do Brasil em Betim.

Mini entrevista com Cristiano Marcos

Sua trajetória politica no movimento de juventude foi fundamental para sua indicação ao comando da UJS Betim?
Com certeza, minha militância na juventude  possibilitou e ainda possibilitar acumular bastante politicamente. Iniciei no movimento estudantil secundarista, no grêmio e na Umes Betim, tive o primeiro contato com a politica e hoje posso dizer que aprendi a fazer e exercitar a politica.

A UJS Betim se apresenta como uma das mais importantes juventudes politica da cidade. Quais são os projetos da entidade?
Entre os grandes desafios, estão a consolidação da UJS no movimento estudantil secundarista, ampliar a presença nas principais faculdades do município, dentre elas a Puc, Pitágoras e Una. Não podemos deixar de citar a importância estratégica de construirmos a UJS nas empresas e fábricas, pois o perfil do trabalhador operário de Betim é jovem, e temos que fazer presença onde a juventude está, conclui Cristiano.

Quais as expectativas para o 10º Congresso da UJS Betim?
As expectativas são as melhores, estamos filiando centenas de jovens em toda a cidade e com certeza chegaremos ao 10º congresso revigorados, e acima de tudo,  prontos para assumir os desafios que vem pela frente.

O 10º Congresso Municipal da UJS Betim será realizado no dia 03 maio, na Escola Municipal Margarida Soares, no Bairro Brasiléia. Os jovens socialistas realizarão diversos debates como: emancipação da mulher, ampliação dos direitos da juventude, valorização da cultura, da musica e do esporte como instrumento de inserção social, combate ao racismo e a discriminação de gênero, fim da violência contra a juventude negra entre outros.

De Betim, Flavio Saddam e Gabriel Ferreira

domingo, 6 de abril de 2014

Então está tudo bem no país do 'estupra mas não mata'?

O IPEA errou, mas quem comemora o erro está redondamente enganado. Se está tudo bem, por que será que o número de estupros no país está crescendo?
Por Antonio Lassance*

O IPEA errou. Errou, assumiu o erro e pediu desculpas, esclarecendo:
“Vimos a público pedir desculpas e corrigir dois erros nos resultados de nossa pesquisa ‘Tolerância social à violência contra as mulheres’, divulgada em 27/03/2014. O erro relevante foi causado pela troca dos gráficos relativos aos percentuais das respostas às frases ‘Mulher que é agredida e continua com o parceiro gosta de apanhar’ e ‘Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas’”.

Resumindo, os dados de uma pergunta eram, na verdade, referentes a uma outra questão.

O Instituto comete erros. Não é o único. O IBGE, o Banco Central, o INEP e todos os outros órgãos responsáveis por divulgar dados, todos, sem exceção, vez por outra são obrigados a publicar erratas em suas publicações, retificando ou o número em si, ou títulos de tabelas, ou outros tipos de informação.

Embora o erro faça parte do trabalho de qualquer pesquisador, e rotinas de validação existam para diminuir sua ocorrência, o fato é que a cobrança da sociedade sobre um erro é bem vinda e deve ser enfrentada com humildade.

Para começar, é preciso reconhecer que o erro do IPEA foi maior por conta da repercussão nacional e até internacional que o dado incorreto alcançou.

Isso caiu como uma bomba sobre a cabeça dos jovens pesquisadores responsáveis pelo estudo, que são pessoas sérias. Sempre mereceram e vão continuar merecendo o respeito pelo trabalho que realizam há muitos anos na instituição.

O erro do IPEA está corrigido. Mas e o erro de quem, desavisadamente, acha que, desfeita a troca dos números, agora está tudo bem? Não, senhoras e senhores, não está tudo bem.

Se está tudo bem, por que será que o número de estupros no país está crescendo e já superou o de assassinatos, conforme informação do mais recente Anuário Brasileiro de Segurança Pública?

Está tudo bem, então, no país do “estupra, mas não mata”? Será? Mesmo com mais de 50 mil mulheres estupradas em 2012, número mais de 18% superior ao de número 2011, agora podemos ficar tranquilos?

Detalhe: o número absurdo de estupros não considera os casos em que as vítimas deixam de relatar o ocorrido - por vergonha, por medo da reação da família, por receio de que alguém ache que elas não souberam “se comportar”.

O dado de estupros em 2013 vem aí. Quem fará a piada? Quem vai curtir com isso?

Desde que a Lei Maria da Penha entrou em vigor, em 2006, o número de agressões contra mulheres, relatadas ao serviço “Ligue 180”, cresceu 600%.

A cada hora, duas mulheres, vítimas de abuso, dão entrada em unidades do Sistema Único de Saúde. Alguém ainda acha pouco?

Está tudo bem no país que concorda que, “em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher”? Há quem diga: "Ora, bolas! Isso é só um dito popular, como outro qualquer". Sim, um dito popular como “serviço de branco”. Só um dito popular?

Está tudo bem no país que acha que a mulher que é agredida e continua com o parceiro é porque gosta de apanhar?

O IPEA errou, mas quem comemora o erro está redondamente enganado.

*Antonio Lassance é pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e professor de Ciência Política.

Fonte: Vermelho