Páginas

Pesquisar este blog

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Emoção marca a posse dos integrantes da Comissão da Verdade

Com uma solenidade marcada pela emoção, a presidente Dilma Rousseff empossou os sete membros da Comissão da Verdade, nesta quarta-feira (16), no Palácio do Planalto. Em companhia dos quatro ex-presidentes do período democrático, Dilma falou sobre o compromisso do país com a verdade da história, com o acesso da história verdadeira às novas gerações e principalmente com a consolidação da democracia no país, para que nunca mais fatos como esses voltem a acontecer.

Presidência da República
Emoção marca a posse dos integrantes da Comissão da Verdade Dilma acompanhada dos ex-presidentes do período democrático.
A presidente Dilma chorou ao encerrar seu discurso, quando fez o convite a todos os brasileiros, "para que acreditemos que o Brasil não pode se furtar a conhecer a totalidade da sua história".

“A ignorância não pacifica, mantém latentes mágoas e rancores. A desinformação não ajuda a apaziguar, apenas facilita o trânsito da intolerância. A sombra e a mentira não são capazes de promover a concórdia. O Brasil merece a verdade, as novas gerações merecem a verdade e, sobretudo, merecem a verdade aqueles que perderam amigos e parentes e continuam sofrendo como se eles morressem de novo e sempre a cada dia”, disse a Presidente Dilma, arrancando aplausos demorados da plateia, enquanto se recompunha das lágrimas.

E, ainda com a voz embargada, ela concluiu dizendo que “Se existem filhos sem pais, pais sem túmulos e túmulos sem corpos, nunca pode existir uma história sem voz e quem dá voz a história são homens e mulheres livres, que não tem medo de escrevê-la. Galileu Galilei dizia que a verdade é filha do tempo e não da autoridade , eu acrescentaria a força pode esconder a verdade, a tirania pode impedi-la de circular livremente, o medo pode adiá-la, mas o tempo acaba por trazê-la à luz. Hoje esse tempo chegou”, afirmou a Presidente.

Após a assinatura da posse de todos os sete membros, o locutor declarou oficialmente instalada a Comissão da Verdade. O público aplaudiu de pé. Os integrantes são José Carlos Dias, Gilson Dipp, Rosa Maria Cardoso da Cunha, Claudio Fonteles, Paulo Sérgio Pinheiro, Maria Rita Kehl e José Paulo Cavalcanti Filho.

Força do “Nunca Mais”


José Carlos Dias, que falou em nome da Comissão da Verdade, admitiu que “a Comissão da Verdade no Brasil se instalou depois de muitos anos, mas a democracia que hoje desfrutamos foi resultado da eleição de três perseguidos políticos – um sociólogo, um operário e uma estudante”, citando os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Roussef e ignorando os outros dois ex-presidente presentes – José Sarney e Fernando Collor.

“Comprometemos perante a história que o nosso trabalho terá a força do Nunca Mais”, disse Dias, ao encerrar sua fala, em que destacou a importância de todo o trabalho já realizado pelos militantes de direitos humanos e familiares de vítimas da ditadura para o trabalho da Comissão, a começar pelo livro Tortura Nunca Mais.

“Muitos outros trabalhos elaborados vão contribuir para o desenvolvimento da nossa missão”, disse, acrescentando que “a Comissão de Anistia, sem caráter de revanchismo ou apedrejamento, deve revelar a história, com os olhos projetados para o futuro, na esperança que a democracia brasileira jamais volte a ser violentada”.

Ele disse ainda que a Comissão da Verdade deve desvendar os dados de cruezas e brutalidades tal como se deram - as mortes, torturas e desaparecimentos, na maioria de jovens que como a Senhora Presidente, que contestaram a ditadura. “E que não se justifica os atos praticados pelos dirigentes estatais, por que o poder do Estado só deve se estabelecer na forma do direito”, explicou.

Contribuição de todos

A Presidente Dilma, ao contrário de José Carlos Dias, fez questão de destacar a contribuições de todos os ex-presidentes, citando inclusive Tancredo Neves e Itamar Franco. E iniciou sua fala, citando o Senhor Diretas: Ulisses Guimarães, que dizia “a verdade não desaparece quando é eliminada a opinião dos que divergem”.

“Nas sombras fomos privados da verdade, mas não é justo que vivamos apartados dela a luz do dia. Na democracia, a verdade, a memória e a história devem vir à superfície e se tornem conhecida sobretudo pelas novas gerações”, afirmou a Presidente.

E continuou: “A nação vem trilhando o caminho da democracia , mas tem encontro marcado consigo mesmo. Essa é uma iniciativa do estado Brasileiro e não de governo. Por isso, me alegra estar acompanhada por todos os presidentes que me antecederam nesses 28 benditos anos de regime democrático”. Nesse momento, a Presidente foi interrompida pelos aplausos, como ocorreu muitas outras vezes durante o seu discurso.

“Cada um de nós aqui presente é igualmente responsável por esse momento histórico de celebração. Cada um de nós deu a sua contribuição para esse marco civilizatório à Comissão da Verdade. Esse é o ponto culminante iniciado nas luta do povo brasileiro, pela liberdade, pela anistia, eleições diretas, constituinte, estabilidade econômica e crescimento com inclusão social. Construído passo a passo por cada um dos governos eleitos após a redemocratização”, analisou.

Sem ódios ou revanchismo

A Presidente Dilma disser ainda que “escolhi um grupo plural de cidadãs, sensatos e ponderados, preocupados com a justiça e o equilíbrio e capazes de entender a dimensão do trabalho que vão executar, sem interferências do governo, mas com todo o apoio que necessitarem”.

“Da mesma maneira que enalteço e homenageio todos os que lutaram bravamente contra os atos de truculência do Estado, reconheço pactos políticos que nos levaram a redemocratização”, afirmou a Presidente Dilma, em seu discurso, onde destacou ainda que “não nos move o revanchismo, o ódio ou o desejo de rescrever a história de modo diferente, mas conhecê-la sem ocultamentos, sem camuflagens, sem veto e sem proibições”.

Américo Inacalcaterra, representante regional do Alto Comissionado de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), foi o primeiro a falar na solenidade. Ele ofereceu apoio para o trabalho da Comissão da Verdade e lembrou que esse trabalho vai ajudar na reconciliação do Brasil com o seu passado e consolidar a democracia no país.

ASSOCIAÇÃO LANÇA CONCURSO DE POESIA COM O TEMA DA ESTRADA DA PETROBRAS

A rede social, Facebook, twitter, email receberá as poesias e o Prêmio não nada agradavél...uma visita à Estrada do Entorno da Petrobras.

terça-feira, 27 de março de 2012

Projeto de Netinho sobre Igualdade Racial é aprovado

Comissão de Educação, Cultura e Esportes aprova projeto do Vereador Netinho de Paula para a Igualdade Racial

 netinho na comissão  Reunião da Comissão

O projeto de emenda a Lei Orgânica do Município (PLO) que trata da Igualdade Racial, de autoria do vereador Netinho de Paula, foi aprovado na quarta-feira (21) na Comissão de Educação, Cultura e Esportes da Câmara Municipal de São Paulo. Todos os vereadores membros da Comissão deram parecer favorável ao projeto.

A aprovação pela Comissão coincide com o Dia Internacional Pela Eliminação da Discriminação Racial, data criada pela ONU e que remete ao trágico Massacre de Shaperville, onde 69 pessoas, em 1960, morreram em Joanesburgo, capital da África do Sul, protestando por mais direitos aos negros. "É uma grande vitória para a nossa gente que faz parte dos grupos que são historicamente discriminados pela sociedade", comenta o vereador Netinho de Paula. "A emenda inclui deveres importantes para o Estado no combater à discriminação racial, inserindo o debate na agenda política da cidade. Também foi muito interessante que a votação do projeto, depois de toda a tramitação, acabasse caindo bem nesse dia simbólico, é uma comemoração merecida para um dia tão importante", destaca ele.

O PLO acrescenta artigos na lei maior do município que impõe ao poder público o dever de combater o racismo e a desigualdade entre a população de São Paulo, com trechos que determinam, por exemplo, que o orçamento da cidade deve ser construído contemplando "políticas de ação afirmativa e políticas de promoção da igualdade e inclusão social", que cabe ao Município apoiar "iniciativas em defesa da cultura, da memória e das tradições" dos grupos éticos que compõem a população paulistana e também executar programas que garantam a "igualdade de oportunidades" para todos os paulistanos. O projeto também inclui na legislação que o Poder Público de São Paulo deve elaborar o "Plano Municipal da Igualdade Racial", este com metas que visam materializar a implementação do Estatuto da Igualdade Racial na cidade.

O Estatuto é uma lei federal de 2010 que estabelece normas para garantir os direitos dos negros no Brasil, tornando-se um instrumento de avanço social. "Tenho a plena convicção de que para se fortalecer a democracia é preciso que se reduzam as desigualdades. Para isso é preciso mudar as instituições e afirmar seus compromissos com a garantia dos Direitos Humanos, por isso, esse Projeto de Emenda deve fortalecer o compromisso da cidade de São Paulo, efetivando-se como importante dispositivo no combate à discriminação", disse o vereador Netinho de Paula.

Para ver a íntegra do projeto, acesse: http://camaramunicipalsp.qaplaweb.com.br/iah/fulltext/projeto/PLO0006-2011.pdf

Foto: Gute Garbelotto/CMSP.

Wagner Gomes: Campanha da CUT enfraquece o movimento sindical

É difícil imaginar iniciativa mais inoportuna para o movimento sindical que a campanha contra a contribuição sindical lançada pela CUT na segunda-feira, 26, em Campinas (SP). A proposta, dotada de inegável viés liberal, é polêmica e exclusivista.

Por Wagner Gomes*

As outras centrais com maior representatividade entre os trabalhadores e reconhecidas pelo Ministério do Trabalho (Força Sindical, CTB, UGT, Nova Central e CGTB) defendem a contribuição, que corresponde ao desconto anual de um dia de trabalho dos assalariados, e repudiam a atitude cutista.

Não pretendo neste espaço entrar no mérito da concepção da CUT sobre o tema. Comungo, com ampla maioria dos sindicalistas brasileiros, a convicção de que o fim da contribuição compulsória vai enfraquecer os sindicatos e, por consequência, o movimento social. O problema maior é a (in)oportunidade política da campanha, que evidentemente divide as centrais e, com isto, reduz a força e o protagonismo da classe trabalhadora na vida nacional.

O Brasil e a crise mundial

Vivemos um momento singular da história humana, no mundo e no Brasil, marcado pela maior crise do sistema capitalista desde a Grande Depressão em 1929 e a franca decomposição da ordem imperialista fundada após a 2ª Grande Guerra sob a hegemonia dos Estados Unidos. O Brasil não está à margem da crise, que contribui para a desaceleração da nossa economia, comprometendo o emprego e os salários dos que trabalham, e impulsiona a desindustrialização.

A nação se defronta com o desafio e quem sabe a oportunidade de promover transformações sociais mais profundas para sanar males estruturais da nossa sociedade e contornar as ameaças decorrentes da crise mundial do capitalismo. Ganha força a necessidade de realizar mudanças na política macroeconômica, ainda hoje ancorada no tripé conservador da austeridade fiscal, juros altos e câmbio flutuante, uma herança da controvertida Carta aos Brasileiros de junho de 2002.

Grito de Alerta


A mobilização popular que as centrais realizam através do Grito de Alerta contra a desindustrialização, em aliança pontual com empresários do setor produtivo, vai nesta direção e merece todo nosso apoio. Através dela também podemos e devemos abrir caminho para objetivos maiores, resgatando a agenda da 2ª Conclat por um novo Projeto Nacional de Desenvolvimento com Valorização de Trabalho e Soberania.

É nosso dever realçar as bandeiras imediatas e históricas da classe trabalhadora no bojo do novo projeto nacional, associando-as ao fortalecimento do mercado interno e à melhor distribuição da renda nacional. É o caso, entre outras, da redução da jornada de trabalho sem redução de salários, reforma agrária e fortalecimento da agricultura familiar, coibição da demissão sem justa causa, fim do fator previdenciário, reforma tributária progressiva e integração solidária dos povos e nações latino-americanos.

Desenvolvimento com valorização do trabalho

Transparece na crise a necessidade de aprofundar o processo de mudanças e transitar para um novo projeto de nação. A história nos ensina que não é possível alcançar tal objetivo sem grandes mobilizações e lutas. Por isto, é indispensável elevar a consciência e o protagonismo da classe trabalhadora na vida política nacional. Porém é muito difícil senão impossível conseguir isto sem uma sólida unidade do movimento sindical.

Na atual conjuntura, a campanha da CUT é um grave erro histórico, pois desvia a atenção dos trabalhadores das questões principais da pauta nacional e elege como prioritário um tema que, além de secundário, divide e enfraquece os sindicatos. Objetivamente, independentemente das vontades individuais e dos discursos, isto faz o jogo das forças conservadoras e de direita.

Nossa expectativa é que os dirigentes cutistas façam uma reflexão crítica e autocrítica sobre o assunto e tenham a sensatez de compreender os prejuízos políticos que a ênfase na ação diversionista causa ao sindicalismo nacional e à classe trabalhadora, pois queremos a CUT ao lado das outras centrais na árdua batalha para concretizar a agenda da Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat).

*Presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)

Manuela e Fortunati em empate técnico em Porto Alegre

A primeira pesquisa realizada neste ano de intenção de votos para a eleição na capital revela uma forte tendência do pleito: a polarização entre Manuela d'Ávila (PCdoB) e José Fortunati (PDT). A pesquisa foi realizada pelo jornal Correio do Povo/Instituto Methodus e aponta empate técnico entre o atual prefeito e a deputada.


Nos três cenários pesquisados, a vantagem de Fortunati sobre Manuela varia de 0,9 ponto percentual a 3,1 pontos percentuais, conforme o cenário, mas os índices são inferiores à margem de erro admitida para a pesquisa, de 4,1 pontos percentuais para mais ou para menos. Em terceiro lugar nas intenções de voto aparece o deputado estadual Adão Villaverde (PT).







O ano da eleição inicia com uma situação exatamente igual aquela que foi verificada nos levantamentos realizados no segundo semestre do ano passado, ou seja, não há uma variação significativa nas diferenças entre Fortunati e Manuela. É a constatação da comparação com a pesquisa anterior do Correio do Povo/Instituto Methodus, publicada em outubro de 2011, quando o deputado Adão Villaverde ainda não havia lançado sua pré-candidatura.

O que chama a atenção é que nem mesmo a superexposição publicitária feita desde o final do ano passado pela prefeitura, baseada nas grandes obras para a Copa, tem sido suficiente para distanciar Fortunati de Manuela.




Também nos cenários de segundo turno o empate técnico se verifica. Já na pesquisa espontânea, quando os eleitores ouvidos apontam livremente o nome de sua preferência, Fortunati e Manuela novamente as primeiras posições, com 8,2% e 4,2%. Villaverde aparece com 2,2%.







PT pode ficar fora do segundo turno

Outra tendência que a pesquisa demonstra é a possibilidade de o Partido dos Trabalhadores ficar de fora do segundo turno da eleição, caso mantenha-se o desenho que vem desde o ano passado, com a polarização entre Fortunati e Manuela.



Da redação local

Dilma desembarca na Índia com maior apoio internacional


Pesquisa divulgada nesta terça-feira (27) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mostra que a percepção positiva dos investidores estrangeiros em relação à política externa brasileira melhorou muito. E revela também que, apesar da crise alardeada pela imprensa, eles acreditam que o país vive seu momento de maior estabilidade política dos últimos dois anos.

Brasília - A presidenta Dilma Rousseff desembarcou em Nova Deli, na Índia, nesta terça (27), para participar da 6ª Cúpula dos Brics (o bloco de países emergentes que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), com muito mais apoio internacional à política externa que vem desenvolvendo do que tinha no seu primeiro ano de mandato.

Pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) nesta manhã mostra que a percepção positiva sobre a influência do Brasil em organismos multilaterais aumentou de 15 para 40 pontos e, sobre a importância do país para a América Latina, de 30 para 54 pontos.

O estudo Monitor da Percepção Internacional do Brasil, realizado a cada três meses, ouviu, nesta última edição, 176 representantes de embaixadas, organismos internacionais, câmaras de comércio e empresas de capital internacional instaladas no país, entre 21 de fevereiro e 12 de março.

No seu primeiro ano como presidenta da República, Dilma viajou bem menos do que seu antecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foram 15 visitas oficiais a outras nações, contra 23 de Lula, no primeiro ano do primeiro mandato dele, e 30, no primeiro ano do segundo.

Ao contrário de Lula, a presidenta se manteve longe das grandes polêmicas. Seu posicionamento político internacional mais ousado foi em setembro, quando abriu pela primeira vez a Assembleia Geral das Nações Unidas, e defendeu, por exemplo, o reconhecimento da Palestina como estado-nação.

“Em 2011, realmente houve pouca participação do Brasil nos fóruns internacionais. Parece que o país ficou mais preocupado com sua agenda doméstica. Mas essa política externa um pouco mais revigorada desde o final do ano passado já causa reflexos”, afirma o técnico em Planejamento e Pesquisa do IPEA, André Pinelli, coordenador da pesquisa.


Investimentos estrangeiros
A pesquisa do IPEA mostra também que, apesar do alarde dos grandes jornais sobre a crise instaurada entre governo e base aliada, os agentes econômicos estrangeiros acreditam que o Brasil vive seu momento de maior estabilidade política dos últimos anos, o que contribui de forma positiva na decisão das empresas internacionais de investirem mais no país.

Do total de entrevistados, 28% consideram que a influência do ambiente político brasileiro na decisão de trazer investimentos para o país é altamente positiva, 51%, moderadamente positiva e 5%, neutros. Apenas 13% a consideram moderadamente negativa, e, 3%, negativa. “Quase 80% dos entrevistados consideraram o momento atual o melhor dos últimos dois anos, o que é um dado impressionante”, analisa Pinelli.

De acordo com o estudo, o otimismo é tanto que 38% dos entrevistados apostam que o Brasil irá figurar, nos próximos 10 meses, como o terceiro no ranking dos países que mais recebem investimentos estrangeiros. “O Brasil nunca alcançou essa marca. Sua melhor posição no ranking foi o 5º lugar”, acrescentou o economista.

Outros 36% acreditam que o país ficará entre o 4º e 5º lugar, posição que o Brasil, conforme o técnico em Pesquisa e Planejamento do IPEA, só ocupou três vezes na história: uma delas em 2010 e outras duas na década de 1990, durante a série de privatizações promovidas pelo governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

De modo geral, os entrevistados prevêem melhora no quadro econômico, que em 2011 esteve bem mais desacreditado, principalmente em função do que Pinelli considera “a demora do governo em dar respostas à aceleração da inflação”. Pela pesquisa, subiram, agora, os índices de percepção positiva do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), do controle da inflação e da melhoria da oferta de crédito.

PGR solicitará ao STF abertura de inquérito contra Demóstenes


Acuado, o senador renunciou à liderança do DEM no Senado, com o objetivo de “acompanhar a evolução dos fatos noticiados nos últimos dias”. Esses “fatos” são as denúncias das suas relações com Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal, durante a Operação Monte Carlo, em fevereiro. Segundo matéria da Carta Capital, Demóstenes recebia 30% da arrecadação total do esquema de jogos clandestinos comandados por Cachoeira que, em seis anos, movimentou R$ 170 milhões.

Brasília - O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse aos representantes da Frente Parlamentar Mista de Combate à Corrupção, em audiência na tarde desta terça (27), que deverá solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF), nas próximas 48 horas, a abertura de inquérito contra o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), suspeito de envolvimento com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Monte Carlo, em fevereiro.

“São muitos os fatos que pesam contra Demóstenes. Em 2009, já havia denúncias contra ele, agora complementadas pelas oriundas da Operação Monte Carlo. Tudo isso é suficiente para o procurador-geral decidir o que fazer. E pelo teor da conversa dele conosco, parece que as investigações serão abertas muito em breve”, disse à Carta Maior o coordenador da Frente, deputado Francisco Praciano (PT-AM).

Acuado com as denúncias cada vez mais contundentes, Demóstenes Torres renunciou, momentos antes, à liderança do Democratas no Senado. Em carta telegráfica ao presidente do partido, senador José Agripino Maia (RN), ele comunicou seu afastamento, em 173 caracteres, com o objetivo de “acompanhar a evolução dos fatos noticiados nos últimos dias”.

Estes “fatos” são as denúncias publicadas pela imprensa que tornam sua
situação cada vez mais insustentável. Matéria publicada pela revista Carta Capital, no final de semana, revelou, com base nos relatórios da PF, que ele teria direito a 30% da arrecadação total do esquema de jogos clandestinos comandados por Cachoeira. Em seis anos, o esquema teria movimentado R$ 170 milhões.

Já o jornal O Globo acusou o senador de ter recebido do contraventor um rádio nextel habilitado nos Estados Unidos, para que pudessem conversar com mais privacidade. No período de oito meses, a PF interceptou mais de 300 conversas entre os dois. Também pesa contra Demóstenes a denúncia revelada pelo jornal de que ele teria solicitado à Cachoeira o pagamento das suas despesas com serviços de táxi aéreo, no valor de R$ 3 mil.

Desde a deflagração da Operação Monte Carlo, em fevereiro, o senador vem sendo alvo de diversas denúncias sobre seu envolvimento com Cachoeira. Em pronunciamento no Senado, chegou a admitir que mantinha “relações de amizade” com o contraventor e que havia recebido dele, como “presente de casamento”, um conjunto importado de fogão e geladeira.

Isolamento político
Até a sexta passada, Demóstenes vinha rebatendo as acusações, com o apoio de colegas parlamentares. Mas as denúncias deste final de semana o deixaram praticamente isolado. O senador Jorge Viana (PT-AC), que havia manifestado apoio a ele no início de março, mudou o posicionamento. Segundo ele, as coisas se agravaram muito deste então.

O senador Pedro Taques (PDT-MT), que também saíra em defesa do colega no início da crise, subiu o tom. “Nós não podemos tapar o sol com a peneira. Esta casa da Federação não terá moral para notificar, para convidar, para intimar qualquer cidadão a depor em suas comissões, se nós não ouvirmos os esclarecimentos do senador Demóstenes”, discursou, em plenário, na segunda (26).

Até mesmo o presidente do Democratas se definiu “incomodado” com as denúncias contra o colega de senado, em entrevsitas concedidas nesta terça. José Agripino Maia disse que o partido vai aguardar a definição do STF sobre o pedido de investigação para decidir sobre o futuro de Demóstenes na legenda.

O líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA), tentou uma audiência com Gurgel para reiterar o pedido de informações sobre o teor das investigações da PF, que encaminhou à Procuradoria Geral da República (PGR), há oito. Entretanto, não conseguiu ser recebido pelo procurador-geral, que alegou agenda lotada.

O corregedor do Senado, Vital do Rêgo (PMDB-PB), também pediu informações ao Ministério Público sobre as investigações realizadas pela PF e as denúncias que pesam contra Demóstenes. De acordo com ele, essas informações são primordiais para ele decidir se encaminhará ou não denúncia ao Conselho de Ética da casa.

domingo, 25 de março de 2012

Comunistas de todo o Brasil festejam os 90 anos do PCdoB

“Nas ruas, nas praças da luta não fugiu! Viva ao Partido Comunista do Brasil!”. Foi com esse grito que cerca de três mil comunistas externaram sua alegria durante o ato de comemoração do aniversário do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), realizado neste sábado (24), na cidade do Rio de Janeiro.
Do Rio de Janeiro,

Joanne Mota e Mariana Viel


A festa, que reuniu comunistas e amigos do Partido de todo o Brasil e de diversos países do mundo, foi iniciada com a execução do Hino Nacional pelo maestro Rildo Hora. Ao som de sua gaita, o maestro levantou os presentes, que a uma só nota deram o tom da festa.

Leia também:
 
O vereador e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PCdoB, Netinho de Paula, coordenou as comemorações. Além do Hino Nacional, foi exibido um documentário contando a história do Partido e resgatando fatos marcantes das nove décadas do PCdoB.


Tais como a resistência dos comunistas brasileiros ao regime militar, a luta pela redemocratização do país, a campanha Fora Collor, as vitórias do Lula e da presidente Dilma, dentre muitos outros. Ainda durante evento, foi declamado o poema do russo Vladimir Maiakovski em homenagem a Lênin.

Renato Rabelo

Ao som dos gritos de luta dos companheiros, Renato Rabelo, presidente nacional do PCdoB, iniciou seu discurso salientando a importância destas nove décadas para o Partido. Ele lembrou que muitas gerações lutaram, bravamente, para sustentar a bandeira da liberdade, da democracia, da soberania nacional e do socialismo. E completar 90 anos é a prova viva dessa luta.

Segundo ele, a fundação do Partido “foi o vestíbulo na cena política brasileira de um partido da classe trabalhadora, com organização própria, uma causa definida, a luta pelo socialismo, e por objetivos que alcançassem esse grande ideal. Foi um acontecimento que demonstrou a visão histórica e o ato de coragem da semente de comunistas, que germinou para enfrentar a exclusão das massas trabalhadoras do curso político do nosso país”.

O presidente nacional do PCdoB frisou que atualmente o Partido atravessa um dos seus melhores momentos. “Manteve-se na cena da história. Tem sido uma força protagonista deste novo e promissor ciclo político que vive a Nação brasileira e os trabalhadores, aberto com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, e continuado por Dilma Rousseff. Foi um notável êxito até onde chegamos. Mas, não percamos de vista, que vale mais o que ainda temos a percorrer e conquistar. Por isso, os festejos do dia 25 de março têm a força de renovar seu apelo de luta aos trabalhadores e ao povo”, conclamou Rabelo.

Em seu discurso, o dirigente nacional deixou claro o papel estratégico da organização dos trabalhadores e da atuação dos movimentos sociais. Segundo ele, “o PCdoB vive uma fase de fortalecimento e expansão, em crescimento na sua ligação com o movimento dos trabalhadores e movimento popular, estes que assumem uma face moderna com a marca de grandes contingentes partidários e de lideranças destacadas, de jovens e mulheres”.

Ele frisou o papel dos movimentos organizados na construção do Partido e destacou que “a criação da União da Juventude Socialista (UJS), 28 anos atrás, foi um marco de originalidade e de importante êxito. A contribuição do Partido – com outras forças políticas e sindicais para criação da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) – deu importante passo renovador no movimento sindical. A União Brasileira de Mulheres (UBM), a União de Negros pela Igualdade (Unegro), a Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam) fazem parte da estreita relação de elevados compromissos dos comunistas com os movimentos sociais na atualidade”.

A presidente Dilma Rousseff – que não pôde estar presente na festa – enviou um vídeo cumprimentando o Partido pelo seu nonagésimo aniversário. Durante a mensagem, Dilma reforçou a aliança entre seu governo e o PCdoB em favor do Brasil.

A mandatária disse que ao longo de sua história “o PCdoB tem sacudido velhas estruturas por um país soberano e com justiça social”.

Dilma reafirmou que Partido teve um fundamental papel no governo Lula e que atualmente também assume um papel protagonista nos avanços e conquistas do governo federal.

A presidente falou ainda da unidade política dos parlamentares comunistas no Congresso e da competência do ministro Aldo Rebelo à frente da pasta do Esporte.

Homenagens

A vice-presidente do PCdoB, Luciana Santos, coordenou as homenagens aos companheiros Astrojildo Pereira, Luiz Carlos Prestes e João Amazonas e rememorou o papel deles na Guerrilha do Araguaia. “Estas três figuras jamais serão esquecidas. O legado destes comunistas norteará nossa militância, que hoje, graças ao Partido, vive uma fase de fortalecimento e expansão, assumindo uma face moderna com a marca de grandes contingentes partidários e de lideranças destacadas, de jovens e mulheres”, afirmou a dirigente.


Maria Prestes, viúva de Luiz Carlos Prestes, falou da importância da participação da juventude na atual construção do Partido. Ela lembrou que por cerca de 40 anos participou de importantes lutas ao lado do Cavaleiro da Esperança. Maria Prestes reforçou ainda que enquanto puder e for convidada continuará atuando e contribuindo para as batalhas e lutas do Partido.

Beatriz Alcaforado Martinez, sobrinha de Astrojildo Pereira, disse que a homenagem representa um ato de justiça a um dos fundadores do Partido. “Ele foi um grande idealista e deu sua vida para o Partido. Esse é finalmente um reconhecimento ao trabalho e à defesa que ele fez à democracia e ao povo brasileiro”.

Luciana Santos acrescentou que, ao longo desses 90 anos de luta, o PCdoB toma seu lugar na história republicana brasileira. “Devemos deixar sempre ao alcance de nossa memória as lutas capitaneadas pelo nosso Partido, este que sempre se colocou na linha de frente para as lutas e que em várias ocasiões contribuiu para a determinação ou o desfecho de episódios importantes da história do nosso país”, explicou a vice-presidente do PCdoB.

Ato Político

A cerimônia também foi marcada por um ato político, que reuniu lideranças dos movimentos sociais e representantes das forças progressistas brasileiras. Foram convidados ao palco o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), André Tokarski; o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Wagner Gomes; a presidente estadual do PCdoB-RJ, Ana Rocha; o senador Inácio Arruda; o ministro do Esporte, Aldo Rebelo; o prefeito de Aracaju, Edivaldo Nogueira, e a vice-presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos.

Também participaram o presidente nacional do PT, Rui Falcão; o ex-secretário-geral da Presidência da República e diretor do Instituto Lula, Luiz Dulci; o secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho; o governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), e o vice-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB) .

Representantes de organizações comunistas, revolucionárias, progressistas e anti-imperialistas de 22 países também reforçaram seus laços de amizade com os comunistas brasileiros e rederam homenagens ao Partido.

Canto pela liberdade


Com o fim das solenidades políticas, os militantes do PCdoB se renderam ao samba do músico comunista Martinho da Vila. Em entrevista ao Vermelho, ele destacou a importância do PCdoB no cenário político nacional e na construção de políticas sociais. Martinho da Vila disse que optou por integrar as fileiras partidárias do PCdoB porque desde sua origem o Partido sempre teve sua visão voltada para os oprimidos e as minorias. Martinho iniciou show prometendo cantar a liberdade.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Militares reafirmam críticas e desafiam autoridade de Dilma

Em mais uma demonstração de desrespeito à democracia, 98 militares da reserva reafirmaram as críticas feitas por clubes das três Forças Armadas à presidente Dilma Rousseff e disseram não reconhecer a autoridade do ministro da Defesa, Celso Amorim, para proibi-los de expressar opiniões.

Em nota, intitulada "Eles que Venham. Por Aqui Não Passarão", os militares desafiam a autoridade de Dilma, comandante suprema das Forças Armadas, e evidenciam a inversão de valores que levaram ao golpe militar de 1964. Mais uma vez, os militares desrespeitam o artigo 84 da Constituição Federal — que afirma que compete privativamente ao Presidente da República exercer o comando supremo das Forças Armadas.

No último dia 16 de fevereiro o clube de militares publicou um texto em desagravo às declarações das ministras dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, e das Mulheres, Eleonora Menicucci sobre a busca pela verdade dos crimes ocorridos durante a ditadura militar (1964-1985).

A presidente convocou o ministro da Defesa, Celso Amorim, para pedir explicações e este se reuniu com os comandantes das três Forças, que negociaram com os presidentes dos clubes da Marinha, Exército e Aeronáutica, a "desautorização" da publicação do documento, que foi colocado no site do Clube Militar.

Na quinta-feira (23), o “comunicado interclubes", que tecia críticas à presidente e às ministras, foi retirado do ar. Um novo documento afirmando que os presidentes dos clubes desautorizavam o texto foi publicado no lugar da nota.

A insatisfação dos militares tem como ponto central a criação da lei da Comissão da Verdade — sancionada pela presidente Dilma em 18 de novembro do ano passado. Mesmo sem o poder de punir os responsáveis por mortes, torturas e desaparecimentos na ditadura, a comissão causa repúdio em alguns militares — que temem um dia serem obrigados, mesmo que moralmente, a se responsabilizar publicamente por seus crimes.

O texto publicado nesta terça (28) afirma que “[A comissão é um] ato inconsequente de revanchismo explícito e de afronta à Lei da Anistia com o beneplácito, inaceitável, do atual governo".

Diz ainda que “Em uníssono, reafirmamos a validade do conteúdo do Manifesto publicado no site do Clube Militar, a partir do dia 16 de fevereiro próximo passado, e dele retirado, segundo o publicado em jornais de circulação nacional, por ordem do Ministro da Defesa, a quem não reconhecemos qualquer tipo de autoridade ou legitimidade para fazê-lo”.

Apesar de fora da ativa, todos ainda devem, por lei, seguir a hierarquia das Forças, das quais Dilma e Amorim são os chefes máximos.

O novo texto foi divulgado em um site mantido pela mulher de Carlos Alberto Brilhante Ustra, coronel reformado do Exército e um dos que assinam o documento.

Ustra, ex-chefe do DOI-Codi (aparelho da repressão do Exército) em São Paulo, é acusado de torturar presos políticos na ditadura, motivo pelo qual é processado na Justiça.

A atual nota reafirma o teor de outra, do último dia 16, na qual os clubes Militar, Naval e de Aeronáutica fizeram críticas a Dilma, dizendo que ela se afastava de seu papel de estadista ao não "expressar desacordo" sobre declarações recentes de auxiliares e do PT contra a ditadura.


Da redação,
com informações da Folha de S.Paulo

Deputado é contra projeto de “cura gay” da bancada evangélica

O deputado Jean Willys (Psol-RJ) divulgou sua posição contrária ao projeto de lei do deputado tucano João Campos (GO), líder da Frente Parlamentar Evangélica, “que quer permitir as terapias que prometem mudar a orientação sexual das pessoas, transformando magicamente gays em heterossexuais, como se isso fosse possível — aliás, como se isso fosse necessário”, diz o parlamentar.

O projeto de Campos busca sustar a aplicação da Resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP), de 23 de Março de 1999, que estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação à questão da orientação sexual. A resolução do CFP que o deputado Campos quer derrubar por lei proíbe as chamadas terapias “cura gay”.

“Não bastasse a inconstitucionalidade do projeto, que contraria os princípios fundamentais da Constituição Federal de 1988 (art. 1º, proteção da dignidade da pessoa humana; art. 3º promoção do bem de todos sem discriminação ou preconceito; art. 196º, direito à saúde, entre outros), a proposta vai contra todos os tratados internacionais de Direitos Humanos, que também têm como objetivo fundamental o direito à saúde, a não discriminação e a dignidade da pessoa humana, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, a Convenção Americana sobre Direitos Humanos e o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, entre outros”, diz Willys, ao se posicionar contrário ao projeto.

Para o deputado socialista, “(Campos), por convicções puramente religiosas, se considera no direito não só de ir contra os direitos humanos de milhões de cidadãos e cidadãs brasileiras, mas também de desconstruir um ponto pacífico entre toda uma comunidade científica: nem a homossexualidade, nem a heterossexualidade, e nem a bissexualidade são doenças, e sim uma forma natural de desenvolvimento sexual”.

E explica que “nenhuma é melhor ou pior ou mais ou menos saudável do que as outras. São simplesmente diferentes e não há nenhuma dissidência quanto à isso. O argumento de que a homossexualidade pode ser “curada” é tão absurdo como seria dizer que a heterossexualidade pode ser “curada” e é usado sem qualquer tipo de embasamento teórico ou científico e sempre por fanáticos religiosos que tem com o objetivo confundir a população com suas charlatanices”.

E conclui destacando que “há uma preocupante confusão na sociedade, incitada por esse fundamentalismo religioso, que precisa ser esclarecida antes que a saúde física e psíquica de mais jovens seja afetada”. E lembra que “se o Estado é laico – como o é o brasileiro desde 1890 – questões de cunho moral e místico não podem ser parâmetro nem para a elaboração das normas nem para o seu controle. Valores espirituais não podem ser impostos normativamente ao conjunto da população”.

Mecanismos de tortura

Ele diz ainda que a proposta vai também contra os direitos à saúde da população, “pois sabemos que essas supostas terapias de ‘cura gay’ nada mais são do que mecanismos de tortura que produzem efeitos psíquicos e físicos altamente danosos, que vão da destruição da auto-estima de um ser humano até o suicídio de muitos jovens – como ocorreu recentemente nos Estados Unidos, onde mais um adolescente gay, de 14 anos, tirou sua própria vida após ter sofrido assedio homofóbico na escola”.

O caso ocorreu quando o Senado dos Estados Unidos votava um projeto de lei que proibia professores de mencionar a homossexualidade em sala de aula e logo após outro adolescente gay do Tennessee, Jacob Rogers, tirar sua própria vida. Alguns dias antes, mais dois jovens estadunidense também se suicidaram, depois de anos de sofrimento: Jeffrey Fehr, 18, e Eric James Borges, de 19 (este último cresceu em uma família fundamentalista cristã que inclusive tentou exorcizá-lo).

“Essas supostas terapias, repudiadas unanimemente pela comunidade científica internacional, constituem um grave perigo para a saúde pública. Adolescentes e jovens são obrigados, muitas vezes pela própria família, a tentar mudar o que não pode ser mudado, são pressionados para isso por estes grupos que promoven as mal chamadas “terapias de reversão da homossexualidade” e acabam com graves transtornos psíquicos ou se suicidam”, conta Jean Willys.

Segundo ele, “os responsáveis desses crimes deveriam ser punidos, mas o deputado Campos propõe um amparo legal para que, além de fugir da responsabilidade penal pelos seus atos, possam dizer que a lei os protege e que suas atividades criminosas são lícitas”.

De Brasília
Com informações da Ass. Dep. Jean Willys

Coreia do Norte anuncia suspensão de atividade nuclear

A República Popular Democrática da Coreia (RPDC) anunciou nesta quarta-feira (29) a suspensão de testes nucleares e enriquecimento de urânio na instalação de Nyongbyon, como garantia de que deseja criar um clima positivo para as conversações de alto nível com os Estados Unidos.

Em resposta à solicitação dos Estados Unidos, a Coreoa do Norte também permitirá à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) verificar essa última medida, à qual se soma a moratória nos lançamentos de mísseis de longo alcance enquanto prossiga um diálogo produtivo.

Um porta-voz da Chancelaria citado pela agência de notícias KCNA disse que nas recentes conversações em Pequim, ambos os países concordaram também em aplicar simultaneamente uma série de medidas de criação de confiança, como parte dos esforços para melhorar as relações bilaterais.

Nesse encontro foram debatidos também sincera e profundamente os temas vinculados com a preservação da paz e estabilidade da Península Coreana e a retomada das conversações de seis partes (Coreia do Norte, Coreia do Sul, China, Rússia, Estados Unidos e Japão).

Igualmente, ratificaram a vontade de executar a Declaração Conjunta de 19 de Setembro e reconheceram que o Acordo de Armistício funciona como pedra angular da paz e da estabilidade da Península até que se assine um tratado de paz.

Os Estados Unidos reafirmaram sua posição de não mais hostilizar a Coreia do Norte e a disposição de melhorar as relações bilaterais sob o princípio do respeito à soberania e ao espírito de igualdade.

Os Estados Unidos também manifestaram a vontade de implementar medidas para ampliar o intercâmbio de pessoal em vários campos, como o cultural, da educação dos esportes e se comprometeu a fornecer à RPDC 240 mil toneladas de alimentos.

De acordo com o porta-voz, quando se restabeleçam as conversações de seis partes para a desnuclearização da Península, se dará prioridade ao debate sobre o levantamento das sanções contra a RPDC e o fornecimento a esta dos reatores de água leve.

Prensa Latina

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

"Vallejos sabe o que aconteceu com meu pai: Queremos escutá-lo na Comissão da Verdade"

O filho de Francisco Tenório Cerqueira, pianista de Vinícius de Moraes desaparecido em 1976 após ser sequestrado por supostos elementos da ESMA, pediu que o repressor Vallejos seja interrogado na Comissão da Verdade brasileira, cujas deliberações começariam no primeiro semestre do ano. “Vallejos sabe o que aconteceu com meu pai. Queremos escutá-lo na Comissão da Verdade. Gostaria de vê-lo cara a cara e questioná-lo", disse Francisco Tenório Cerqueira Neto.

Brasília - O filho de Francisco Tenório Cerqueira, pianista de Vinícius de Moraes desaparecido em 1976 após ser sequestrado por supostos elementos da ESMA, pediu que o repressor Vallejos seja interrogado na Comissão da Verdade brasileira, cujas deliberações começariam no primeiro semestre do ano. “Vallejos sabe o que aconteceu com meu pai. Queremos escutá-lo na Comissão da Verdade. Gostaria de vê-lo cara a cara e questioná-lo para terminar com as perguntas que nunca tiveram respostas em todos estes anos... Este homem não pode ficar em liberdade, tem que continuar preso”, exige Francisco Tenório Cerqueira Neto.

– Vallejos afirmou que Astiz assassinou seu pai, acredita nessa versão?

–Não sei se inventou algo, se contou tudo que sabe... isto não é o importante. Nossa família esteve acompanhando todos estes anos o que aconteceu e estamos certos de que grande parte do que disse é verdade. Quase não temos dúvidas de que meu pai foi torturado e foi interrogado por argentinos e por brasileiros. A ditadura brasileira esteve metida nisto porque era parte da Operação Condor. Meu pai não foi o único brasileiro sequestrado, torturado e assassinado na Argentina. Se meu pai tivesse sido o único, poderia acreditar que houve erro, que os argentinos o apanharam e o mataram sem cumplicidade dos brasileiros. Mas foram vários casos de brasileiros opositores sequestrados na Argentina com o aval da nossa ditadura.

–Vinicius de Moraes havia sido expulso do corpo diplomático pouco antes da desaparição de seu pai. Ele entrou em contato com vocês?

– Eu era criança nessa época, mas lembro de que minha mãe conversou com Vinícius quando voltou da Argentina. Ele não gostava dos militares, foi muito solidário, acho que organizou um show com outros músicos para nos apoiar.

– Você espera que a Justiça brasileira processe Vallejos a partir do que se apure na comissão?

– Não sei. O Brasil nunca se interessou pelo crime. Nos deram as costas, chegaram à ironia de pedir que apresentássemos provas de uma pessoa desaparecida em outro país.

– E da Justiça argentina?

– Sabemos que lá se investigou, que a presidenta Cristina está comprometida, que se colocou uma placa em memória de meu pai em Buenos Aires. Isto é importante. Faz um tempo esteve aqui no Rio o diretor Fernando Trueba, inquieto com fazer algo sobre esta história. Sabemos que no exterior há mais sensibilidade, inclusive o governo argentino autorizou uma reparação econômica em 1999, mas a verdade é que não nos pagaram quase nada. Temos esperança de que o atual governo argentino nos atenderá.

Tradução: Libório Júnior

Jô Moraes: falta estrutura para cumprir leis de proteção à mulher

O Brasil vive um descompasso entre as leis de proteção à mulher contra atos de violência doméstica e a falta de estrutura para fazer cumprir esses dispositivos. É com base nesse raciocínio que a deputada Jô Moraes (PCdoB-MG) pretende conduzir os trabalhos da comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) que investigará esse tipo de violência, além da “omissão por parte do Poder Público com relação à aplicação de instrumentos instituídos em lei para proteger as mulheres”.

Já instalada, a comissão escolhe, nesta terça-feira (28), o/a vice-presidente e fará a primeira reunião administrativa. A presidenta da CPMI quer propor à relatora Ana Rita (PT-ES) que os parlamentares delimitem o foco das investigações para dar objetividade aos trabalhos.

“O que eu vou propor na reunião é dar foco às investigações. Como estão aparelhadas as delegacias especializadas? Existem abrigos estaduais e municipais suficientes para que as mulheres saiam de imediato desse ambiente de violência doméstica?”, exemplificou Jô Moraes.

Informações colhidas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), em 2010, revelaram que 280 mil mulheres sofreram agressões no ano anterior. Em 25,9% dos casos, os agressores são maridos ou ex-maridos. A pesquisa, analisada pelo Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea), mostra que 80,5% das agressões ocorreram dentro da própria residência.

A antropóloga Lia Zanotta, professora da Universidade de Brasília (UnB), disse à Agência Brasil que outro fator que agrava as práticas de violência contra a mulher diz respeito à “banalização” por parte de juízes que “não acreditam em punições”.

Especializada em pesquisas sobre o assunto, Lia Zanotta destacou casos como o de uma mulher que foi queimada no rosto pelo seu parceiro e as autoridades legais qualificaram o fato como lesão leve. Isso também ocorreu, segundo ela, com uma mulher que perdeu os dentes devido a uma agressão.

A professora da UnB reconheceu a fragilidade do aparelhamento do Estado e disse que é necessário o treinamento de policiais para o atendimento à mulher. “São pouquíssimas as estatísticas disponíveis no Brasil de violência praticada contra a mulher. Não existe um sistema de registro unificado do governo federal, de governos estaduais e municípios, vários casos sequer são denunciados e em outros [casos] as delegacias não fazem esse trabalho estatístico”, acrescentou.

Agência Brasil

Irã comemora Oscar de melhor filme estrangeiro

O governo e a imprensa iraniana repercutiram em to país, nesta segunda-feira (27), a conquista do filme Nader e Simin,uma separação, na premiação do Oscar, em sua 84ª edição. Dirigido pelo iraniano Asghar Farhadi, a película levou o prêmio de melhor filme estrangeiro e também concorreu na categoria melhor roteiro original.

Nader e Simin, uma separação
Como o próprio título indica, a narrativa aborda o processo de divórcio de um casal, que envolve discussões profundas ligadas às tradições e religião.

Repercussão


O canal Press TV, a agência oficial de notícias IRNA, a pro - governamental Fars News e outros órgãos do país persa foram pródigos em elogios para o drama de uma família de classe média que debate o futuro de seu único filho enquanto tramita sua ruptura.

Os principais veículos de comunicação da mídia impressa e eletrônica destacaram o fato de ser a primeira vez que um filme iraniano ganha uma estatueta dourada estadunidense, feito ainda mais notável se for considerado que o seu realizador, Farhadi, vive e trabalha na República Islâmica.

A crítica iraniana louvou a negativa do diretor a que seu filme fosse apresentado no Ocidente como uma sátira frontal ao governo dos aiatolás por parte de jovens supostamente dissidentes, interpretação que alguns meios europeus e estadunidenses têm feito do conteúdo.

Carreira vitoriosa

Nader e Simin, uma separação também conquistou o prêmio de melhor filme estrangeiro no 27º prêmio Espírito Independente, anunciado um dia antes da entrega do Oscar, divulgou a Press TV.

Anteriormente, já havia levado o prêmio de melhor filme estrangeiro na edição dos César, no dia 24 de fevereiro em Paris, e melhor longa-metragem em língua não inglesa, melhor fotografia, melhor conjunto e melhor roteiro original na 9ª mostra International Cinephile Society.

Sucesso de crítica


Farhadi conseguiu que seu drama fosse favorito, também como filme estrangeiro, do Círculo de Críticos de Cinema de Nova York em 2011, do jornal Wall Street Journal, e ocupasse a segunda posição no ranking de melhores filmes da revista especializada internacional Sight and Sound.

A edição 2012 do Balão de Ouro e a Associação de Críticos de Cinema da Turquia também reconheceram a obra como melhor filme estrangeiro, do mesmo modo que o Círculo de Críticos de Londres, que premiou o filme também nas categorias de melhor atriz coadjuvante e melhor roteirista.

Com informações da Prensa Latina

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

ONU destaca avanço da Venezuela no alcance das Metas do Milênio

O representante residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o argentino Alfredo Missair, destacou o avanço que a Venezuela registrou no cumprimento das Metas do Milênio, dirigidas para desenvolver uma maior igualdade e inclusão social para a população.

Entre os objetivos acordados estão a erradicação da pobreza extrema (aspecto no qual Venezuela reduziu, em 10 anos, de 22% para 7%); a promoção da igualdade de gênero e da autonomia da mulher; a universalização da educação básica; redução da mortalidade infantil e materna; combate ao HIV/AIDS, malária e outras doenças endêmicas; assegurar a sustentabilidade ambiental e a promoção da associação mundial para o desenvolvimento.

O anúncio foi feito durante coletiva de imprensa, no último dia 23, que abordou os dados preliminares do 14º Censo Nacional de População e Moradias, realizado em conjunto com as autoridades do Instituto Nacional de Estatística (INE). Missair destacou o avanço representado pela incorporação de inovações tecnológicas – como dispositivos de captura móveis–, que permitiram acelerar a entrega de resultados e sua otimização.

Fonte: Agencia Venezuelana de Noticias (AVN)