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terça-feira, 27 de março de 2012

Projeto de Netinho sobre Igualdade Racial é aprovado

Comissão de Educação, Cultura e Esportes aprova projeto do Vereador Netinho de Paula para a Igualdade Racial

 netinho na comissão  Reunião da Comissão

O projeto de emenda a Lei Orgânica do Município (PLO) que trata da Igualdade Racial, de autoria do vereador Netinho de Paula, foi aprovado na quarta-feira (21) na Comissão de Educação, Cultura e Esportes da Câmara Municipal de São Paulo. Todos os vereadores membros da Comissão deram parecer favorável ao projeto.

A aprovação pela Comissão coincide com o Dia Internacional Pela Eliminação da Discriminação Racial, data criada pela ONU e que remete ao trágico Massacre de Shaperville, onde 69 pessoas, em 1960, morreram em Joanesburgo, capital da África do Sul, protestando por mais direitos aos negros. "É uma grande vitória para a nossa gente que faz parte dos grupos que são historicamente discriminados pela sociedade", comenta o vereador Netinho de Paula. "A emenda inclui deveres importantes para o Estado no combater à discriminação racial, inserindo o debate na agenda política da cidade. Também foi muito interessante que a votação do projeto, depois de toda a tramitação, acabasse caindo bem nesse dia simbólico, é uma comemoração merecida para um dia tão importante", destaca ele.

O PLO acrescenta artigos na lei maior do município que impõe ao poder público o dever de combater o racismo e a desigualdade entre a população de São Paulo, com trechos que determinam, por exemplo, que o orçamento da cidade deve ser construído contemplando "políticas de ação afirmativa e políticas de promoção da igualdade e inclusão social", que cabe ao Município apoiar "iniciativas em defesa da cultura, da memória e das tradições" dos grupos éticos que compõem a população paulistana e também executar programas que garantam a "igualdade de oportunidades" para todos os paulistanos. O projeto também inclui na legislação que o Poder Público de São Paulo deve elaborar o "Plano Municipal da Igualdade Racial", este com metas que visam materializar a implementação do Estatuto da Igualdade Racial na cidade.

O Estatuto é uma lei federal de 2010 que estabelece normas para garantir os direitos dos negros no Brasil, tornando-se um instrumento de avanço social. "Tenho a plena convicção de que para se fortalecer a democracia é preciso que se reduzam as desigualdades. Para isso é preciso mudar as instituições e afirmar seus compromissos com a garantia dos Direitos Humanos, por isso, esse Projeto de Emenda deve fortalecer o compromisso da cidade de São Paulo, efetivando-se como importante dispositivo no combate à discriminação", disse o vereador Netinho de Paula.

Para ver a íntegra do projeto, acesse: http://camaramunicipalsp.qaplaweb.com.br/iah/fulltext/projeto/PLO0006-2011.pdf

Foto: Gute Garbelotto/CMSP.

Wagner Gomes: Campanha da CUT enfraquece o movimento sindical

É difícil imaginar iniciativa mais inoportuna para o movimento sindical que a campanha contra a contribuição sindical lançada pela CUT na segunda-feira, 26, em Campinas (SP). A proposta, dotada de inegável viés liberal, é polêmica e exclusivista.

Por Wagner Gomes*

As outras centrais com maior representatividade entre os trabalhadores e reconhecidas pelo Ministério do Trabalho (Força Sindical, CTB, UGT, Nova Central e CGTB) defendem a contribuição, que corresponde ao desconto anual de um dia de trabalho dos assalariados, e repudiam a atitude cutista.

Não pretendo neste espaço entrar no mérito da concepção da CUT sobre o tema. Comungo, com ampla maioria dos sindicalistas brasileiros, a convicção de que o fim da contribuição compulsória vai enfraquecer os sindicatos e, por consequência, o movimento social. O problema maior é a (in)oportunidade política da campanha, que evidentemente divide as centrais e, com isto, reduz a força e o protagonismo da classe trabalhadora na vida nacional.

O Brasil e a crise mundial

Vivemos um momento singular da história humana, no mundo e no Brasil, marcado pela maior crise do sistema capitalista desde a Grande Depressão em 1929 e a franca decomposição da ordem imperialista fundada após a 2ª Grande Guerra sob a hegemonia dos Estados Unidos. O Brasil não está à margem da crise, que contribui para a desaceleração da nossa economia, comprometendo o emprego e os salários dos que trabalham, e impulsiona a desindustrialização.

A nação se defronta com o desafio e quem sabe a oportunidade de promover transformações sociais mais profundas para sanar males estruturais da nossa sociedade e contornar as ameaças decorrentes da crise mundial do capitalismo. Ganha força a necessidade de realizar mudanças na política macroeconômica, ainda hoje ancorada no tripé conservador da austeridade fiscal, juros altos e câmbio flutuante, uma herança da controvertida Carta aos Brasileiros de junho de 2002.

Grito de Alerta


A mobilização popular que as centrais realizam através do Grito de Alerta contra a desindustrialização, em aliança pontual com empresários do setor produtivo, vai nesta direção e merece todo nosso apoio. Através dela também podemos e devemos abrir caminho para objetivos maiores, resgatando a agenda da 2ª Conclat por um novo Projeto Nacional de Desenvolvimento com Valorização de Trabalho e Soberania.

É nosso dever realçar as bandeiras imediatas e históricas da classe trabalhadora no bojo do novo projeto nacional, associando-as ao fortalecimento do mercado interno e à melhor distribuição da renda nacional. É o caso, entre outras, da redução da jornada de trabalho sem redução de salários, reforma agrária e fortalecimento da agricultura familiar, coibição da demissão sem justa causa, fim do fator previdenciário, reforma tributária progressiva e integração solidária dos povos e nações latino-americanos.

Desenvolvimento com valorização do trabalho

Transparece na crise a necessidade de aprofundar o processo de mudanças e transitar para um novo projeto de nação. A história nos ensina que não é possível alcançar tal objetivo sem grandes mobilizações e lutas. Por isto, é indispensável elevar a consciência e o protagonismo da classe trabalhadora na vida política nacional. Porém é muito difícil senão impossível conseguir isto sem uma sólida unidade do movimento sindical.

Na atual conjuntura, a campanha da CUT é um grave erro histórico, pois desvia a atenção dos trabalhadores das questões principais da pauta nacional e elege como prioritário um tema que, além de secundário, divide e enfraquece os sindicatos. Objetivamente, independentemente das vontades individuais e dos discursos, isto faz o jogo das forças conservadoras e de direita.

Nossa expectativa é que os dirigentes cutistas façam uma reflexão crítica e autocrítica sobre o assunto e tenham a sensatez de compreender os prejuízos políticos que a ênfase na ação diversionista causa ao sindicalismo nacional e à classe trabalhadora, pois queremos a CUT ao lado das outras centrais na árdua batalha para concretizar a agenda da Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat).

*Presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)

Manuela e Fortunati em empate técnico em Porto Alegre

A primeira pesquisa realizada neste ano de intenção de votos para a eleição na capital revela uma forte tendência do pleito: a polarização entre Manuela d'Ávila (PCdoB) e José Fortunati (PDT). A pesquisa foi realizada pelo jornal Correio do Povo/Instituto Methodus e aponta empate técnico entre o atual prefeito e a deputada.


Nos três cenários pesquisados, a vantagem de Fortunati sobre Manuela varia de 0,9 ponto percentual a 3,1 pontos percentuais, conforme o cenário, mas os índices são inferiores à margem de erro admitida para a pesquisa, de 4,1 pontos percentuais para mais ou para menos. Em terceiro lugar nas intenções de voto aparece o deputado estadual Adão Villaverde (PT).







O ano da eleição inicia com uma situação exatamente igual aquela que foi verificada nos levantamentos realizados no segundo semestre do ano passado, ou seja, não há uma variação significativa nas diferenças entre Fortunati e Manuela. É a constatação da comparação com a pesquisa anterior do Correio do Povo/Instituto Methodus, publicada em outubro de 2011, quando o deputado Adão Villaverde ainda não havia lançado sua pré-candidatura.

O que chama a atenção é que nem mesmo a superexposição publicitária feita desde o final do ano passado pela prefeitura, baseada nas grandes obras para a Copa, tem sido suficiente para distanciar Fortunati de Manuela.




Também nos cenários de segundo turno o empate técnico se verifica. Já na pesquisa espontânea, quando os eleitores ouvidos apontam livremente o nome de sua preferência, Fortunati e Manuela novamente as primeiras posições, com 8,2% e 4,2%. Villaverde aparece com 2,2%.







PT pode ficar fora do segundo turno

Outra tendência que a pesquisa demonstra é a possibilidade de o Partido dos Trabalhadores ficar de fora do segundo turno da eleição, caso mantenha-se o desenho que vem desde o ano passado, com a polarização entre Fortunati e Manuela.



Da redação local

Dilma desembarca na Índia com maior apoio internacional


Pesquisa divulgada nesta terça-feira (27) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mostra que a percepção positiva dos investidores estrangeiros em relação à política externa brasileira melhorou muito. E revela também que, apesar da crise alardeada pela imprensa, eles acreditam que o país vive seu momento de maior estabilidade política dos últimos dois anos.

Brasília - A presidenta Dilma Rousseff desembarcou em Nova Deli, na Índia, nesta terça (27), para participar da 6ª Cúpula dos Brics (o bloco de países emergentes que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), com muito mais apoio internacional à política externa que vem desenvolvendo do que tinha no seu primeiro ano de mandato.

Pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) nesta manhã mostra que a percepção positiva sobre a influência do Brasil em organismos multilaterais aumentou de 15 para 40 pontos e, sobre a importância do país para a América Latina, de 30 para 54 pontos.

O estudo Monitor da Percepção Internacional do Brasil, realizado a cada três meses, ouviu, nesta última edição, 176 representantes de embaixadas, organismos internacionais, câmaras de comércio e empresas de capital internacional instaladas no país, entre 21 de fevereiro e 12 de março.

No seu primeiro ano como presidenta da República, Dilma viajou bem menos do que seu antecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foram 15 visitas oficiais a outras nações, contra 23 de Lula, no primeiro ano do primeiro mandato dele, e 30, no primeiro ano do segundo.

Ao contrário de Lula, a presidenta se manteve longe das grandes polêmicas. Seu posicionamento político internacional mais ousado foi em setembro, quando abriu pela primeira vez a Assembleia Geral das Nações Unidas, e defendeu, por exemplo, o reconhecimento da Palestina como estado-nação.

“Em 2011, realmente houve pouca participação do Brasil nos fóruns internacionais. Parece que o país ficou mais preocupado com sua agenda doméstica. Mas essa política externa um pouco mais revigorada desde o final do ano passado já causa reflexos”, afirma o técnico em Planejamento e Pesquisa do IPEA, André Pinelli, coordenador da pesquisa.


Investimentos estrangeiros
A pesquisa do IPEA mostra também que, apesar do alarde dos grandes jornais sobre a crise instaurada entre governo e base aliada, os agentes econômicos estrangeiros acreditam que o Brasil vive seu momento de maior estabilidade política dos últimos anos, o que contribui de forma positiva na decisão das empresas internacionais de investirem mais no país.

Do total de entrevistados, 28% consideram que a influência do ambiente político brasileiro na decisão de trazer investimentos para o país é altamente positiva, 51%, moderadamente positiva e 5%, neutros. Apenas 13% a consideram moderadamente negativa, e, 3%, negativa. “Quase 80% dos entrevistados consideraram o momento atual o melhor dos últimos dois anos, o que é um dado impressionante”, analisa Pinelli.

De acordo com o estudo, o otimismo é tanto que 38% dos entrevistados apostam que o Brasil irá figurar, nos próximos 10 meses, como o terceiro no ranking dos países que mais recebem investimentos estrangeiros. “O Brasil nunca alcançou essa marca. Sua melhor posição no ranking foi o 5º lugar”, acrescentou o economista.

Outros 36% acreditam que o país ficará entre o 4º e 5º lugar, posição que o Brasil, conforme o técnico em Pesquisa e Planejamento do IPEA, só ocupou três vezes na história: uma delas em 2010 e outras duas na década de 1990, durante a série de privatizações promovidas pelo governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

De modo geral, os entrevistados prevêem melhora no quadro econômico, que em 2011 esteve bem mais desacreditado, principalmente em função do que Pinelli considera “a demora do governo em dar respostas à aceleração da inflação”. Pela pesquisa, subiram, agora, os índices de percepção positiva do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), do controle da inflação e da melhoria da oferta de crédito.

PGR solicitará ao STF abertura de inquérito contra Demóstenes


Acuado, o senador renunciou à liderança do DEM no Senado, com o objetivo de “acompanhar a evolução dos fatos noticiados nos últimos dias”. Esses “fatos” são as denúncias das suas relações com Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal, durante a Operação Monte Carlo, em fevereiro. Segundo matéria da Carta Capital, Demóstenes recebia 30% da arrecadação total do esquema de jogos clandestinos comandados por Cachoeira que, em seis anos, movimentou R$ 170 milhões.

Brasília - O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse aos representantes da Frente Parlamentar Mista de Combate à Corrupção, em audiência na tarde desta terça (27), que deverá solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF), nas próximas 48 horas, a abertura de inquérito contra o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), suspeito de envolvimento com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Monte Carlo, em fevereiro.

“São muitos os fatos que pesam contra Demóstenes. Em 2009, já havia denúncias contra ele, agora complementadas pelas oriundas da Operação Monte Carlo. Tudo isso é suficiente para o procurador-geral decidir o que fazer. E pelo teor da conversa dele conosco, parece que as investigações serão abertas muito em breve”, disse à Carta Maior o coordenador da Frente, deputado Francisco Praciano (PT-AM).

Acuado com as denúncias cada vez mais contundentes, Demóstenes Torres renunciou, momentos antes, à liderança do Democratas no Senado. Em carta telegráfica ao presidente do partido, senador José Agripino Maia (RN), ele comunicou seu afastamento, em 173 caracteres, com o objetivo de “acompanhar a evolução dos fatos noticiados nos últimos dias”.

Estes “fatos” são as denúncias publicadas pela imprensa que tornam sua
situação cada vez mais insustentável. Matéria publicada pela revista Carta Capital, no final de semana, revelou, com base nos relatórios da PF, que ele teria direito a 30% da arrecadação total do esquema de jogos clandestinos comandados por Cachoeira. Em seis anos, o esquema teria movimentado R$ 170 milhões.

Já o jornal O Globo acusou o senador de ter recebido do contraventor um rádio nextel habilitado nos Estados Unidos, para que pudessem conversar com mais privacidade. No período de oito meses, a PF interceptou mais de 300 conversas entre os dois. Também pesa contra Demóstenes a denúncia revelada pelo jornal de que ele teria solicitado à Cachoeira o pagamento das suas despesas com serviços de táxi aéreo, no valor de R$ 3 mil.

Desde a deflagração da Operação Monte Carlo, em fevereiro, o senador vem sendo alvo de diversas denúncias sobre seu envolvimento com Cachoeira. Em pronunciamento no Senado, chegou a admitir que mantinha “relações de amizade” com o contraventor e que havia recebido dele, como “presente de casamento”, um conjunto importado de fogão e geladeira.

Isolamento político
Até a sexta passada, Demóstenes vinha rebatendo as acusações, com o apoio de colegas parlamentares. Mas as denúncias deste final de semana o deixaram praticamente isolado. O senador Jorge Viana (PT-AC), que havia manifestado apoio a ele no início de março, mudou o posicionamento. Segundo ele, as coisas se agravaram muito deste então.

O senador Pedro Taques (PDT-MT), que também saíra em defesa do colega no início da crise, subiu o tom. “Nós não podemos tapar o sol com a peneira. Esta casa da Federação não terá moral para notificar, para convidar, para intimar qualquer cidadão a depor em suas comissões, se nós não ouvirmos os esclarecimentos do senador Demóstenes”, discursou, em plenário, na segunda (26).

Até mesmo o presidente do Democratas se definiu “incomodado” com as denúncias contra o colega de senado, em entrevsitas concedidas nesta terça. José Agripino Maia disse que o partido vai aguardar a definição do STF sobre o pedido de investigação para decidir sobre o futuro de Demóstenes na legenda.

O líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA), tentou uma audiência com Gurgel para reiterar o pedido de informações sobre o teor das investigações da PF, que encaminhou à Procuradoria Geral da República (PGR), há oito. Entretanto, não conseguiu ser recebido pelo procurador-geral, que alegou agenda lotada.

O corregedor do Senado, Vital do Rêgo (PMDB-PB), também pediu informações ao Ministério Público sobre as investigações realizadas pela PF e as denúncias que pesam contra Demóstenes. De acordo com ele, essas informações são primordiais para ele decidir se encaminhará ou não denúncia ao Conselho de Ética da casa.

domingo, 25 de março de 2012

Comunistas de todo o Brasil festejam os 90 anos do PCdoB

“Nas ruas, nas praças da luta não fugiu! Viva ao Partido Comunista do Brasil!”. Foi com esse grito que cerca de três mil comunistas externaram sua alegria durante o ato de comemoração do aniversário do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), realizado neste sábado (24), na cidade do Rio de Janeiro.
Do Rio de Janeiro,

Joanne Mota e Mariana Viel


A festa, que reuniu comunistas e amigos do Partido de todo o Brasil e de diversos países do mundo, foi iniciada com a execução do Hino Nacional pelo maestro Rildo Hora. Ao som de sua gaita, o maestro levantou os presentes, que a uma só nota deram o tom da festa.

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O vereador e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PCdoB, Netinho de Paula, coordenou as comemorações. Além do Hino Nacional, foi exibido um documentário contando a história do Partido e resgatando fatos marcantes das nove décadas do PCdoB.


Tais como a resistência dos comunistas brasileiros ao regime militar, a luta pela redemocratização do país, a campanha Fora Collor, as vitórias do Lula e da presidente Dilma, dentre muitos outros. Ainda durante evento, foi declamado o poema do russo Vladimir Maiakovski em homenagem a Lênin.

Renato Rabelo

Ao som dos gritos de luta dos companheiros, Renato Rabelo, presidente nacional do PCdoB, iniciou seu discurso salientando a importância destas nove décadas para o Partido. Ele lembrou que muitas gerações lutaram, bravamente, para sustentar a bandeira da liberdade, da democracia, da soberania nacional e do socialismo. E completar 90 anos é a prova viva dessa luta.

Segundo ele, a fundação do Partido “foi o vestíbulo na cena política brasileira de um partido da classe trabalhadora, com organização própria, uma causa definida, a luta pelo socialismo, e por objetivos que alcançassem esse grande ideal. Foi um acontecimento que demonstrou a visão histórica e o ato de coragem da semente de comunistas, que germinou para enfrentar a exclusão das massas trabalhadoras do curso político do nosso país”.

O presidente nacional do PCdoB frisou que atualmente o Partido atravessa um dos seus melhores momentos. “Manteve-se na cena da história. Tem sido uma força protagonista deste novo e promissor ciclo político que vive a Nação brasileira e os trabalhadores, aberto com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, e continuado por Dilma Rousseff. Foi um notável êxito até onde chegamos. Mas, não percamos de vista, que vale mais o que ainda temos a percorrer e conquistar. Por isso, os festejos do dia 25 de março têm a força de renovar seu apelo de luta aos trabalhadores e ao povo”, conclamou Rabelo.

Em seu discurso, o dirigente nacional deixou claro o papel estratégico da organização dos trabalhadores e da atuação dos movimentos sociais. Segundo ele, “o PCdoB vive uma fase de fortalecimento e expansão, em crescimento na sua ligação com o movimento dos trabalhadores e movimento popular, estes que assumem uma face moderna com a marca de grandes contingentes partidários e de lideranças destacadas, de jovens e mulheres”.

Ele frisou o papel dos movimentos organizados na construção do Partido e destacou que “a criação da União da Juventude Socialista (UJS), 28 anos atrás, foi um marco de originalidade e de importante êxito. A contribuição do Partido – com outras forças políticas e sindicais para criação da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) – deu importante passo renovador no movimento sindical. A União Brasileira de Mulheres (UBM), a União de Negros pela Igualdade (Unegro), a Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam) fazem parte da estreita relação de elevados compromissos dos comunistas com os movimentos sociais na atualidade”.

A presidente Dilma Rousseff – que não pôde estar presente na festa – enviou um vídeo cumprimentando o Partido pelo seu nonagésimo aniversário. Durante a mensagem, Dilma reforçou a aliança entre seu governo e o PCdoB em favor do Brasil.

A mandatária disse que ao longo de sua história “o PCdoB tem sacudido velhas estruturas por um país soberano e com justiça social”.

Dilma reafirmou que Partido teve um fundamental papel no governo Lula e que atualmente também assume um papel protagonista nos avanços e conquistas do governo federal.

A presidente falou ainda da unidade política dos parlamentares comunistas no Congresso e da competência do ministro Aldo Rebelo à frente da pasta do Esporte.

Homenagens

A vice-presidente do PCdoB, Luciana Santos, coordenou as homenagens aos companheiros Astrojildo Pereira, Luiz Carlos Prestes e João Amazonas e rememorou o papel deles na Guerrilha do Araguaia. “Estas três figuras jamais serão esquecidas. O legado destes comunistas norteará nossa militância, que hoje, graças ao Partido, vive uma fase de fortalecimento e expansão, assumindo uma face moderna com a marca de grandes contingentes partidários e de lideranças destacadas, de jovens e mulheres”, afirmou a dirigente.


Maria Prestes, viúva de Luiz Carlos Prestes, falou da importância da participação da juventude na atual construção do Partido. Ela lembrou que por cerca de 40 anos participou de importantes lutas ao lado do Cavaleiro da Esperança. Maria Prestes reforçou ainda que enquanto puder e for convidada continuará atuando e contribuindo para as batalhas e lutas do Partido.

Beatriz Alcaforado Martinez, sobrinha de Astrojildo Pereira, disse que a homenagem representa um ato de justiça a um dos fundadores do Partido. “Ele foi um grande idealista e deu sua vida para o Partido. Esse é finalmente um reconhecimento ao trabalho e à defesa que ele fez à democracia e ao povo brasileiro”.

Luciana Santos acrescentou que, ao longo desses 90 anos de luta, o PCdoB toma seu lugar na história republicana brasileira. “Devemos deixar sempre ao alcance de nossa memória as lutas capitaneadas pelo nosso Partido, este que sempre se colocou na linha de frente para as lutas e que em várias ocasiões contribuiu para a determinação ou o desfecho de episódios importantes da história do nosso país”, explicou a vice-presidente do PCdoB.

Ato Político

A cerimônia também foi marcada por um ato político, que reuniu lideranças dos movimentos sociais e representantes das forças progressistas brasileiras. Foram convidados ao palco o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), André Tokarski; o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Wagner Gomes; a presidente estadual do PCdoB-RJ, Ana Rocha; o senador Inácio Arruda; o ministro do Esporte, Aldo Rebelo; o prefeito de Aracaju, Edivaldo Nogueira, e a vice-presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos.

Também participaram o presidente nacional do PT, Rui Falcão; o ex-secretário-geral da Presidência da República e diretor do Instituto Lula, Luiz Dulci; o secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho; o governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), e o vice-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB) .

Representantes de organizações comunistas, revolucionárias, progressistas e anti-imperialistas de 22 países também reforçaram seus laços de amizade com os comunistas brasileiros e rederam homenagens ao Partido.

Canto pela liberdade


Com o fim das solenidades políticas, os militantes do PCdoB se renderam ao samba do músico comunista Martinho da Vila. Em entrevista ao Vermelho, ele destacou a importância do PCdoB no cenário político nacional e na construção de políticas sociais. Martinho da Vila disse que optou por integrar as fileiras partidárias do PCdoB porque desde sua origem o Partido sempre teve sua visão voltada para os oprimidos e as minorias. Martinho iniciou show prometendo cantar a liberdade.