'As mulheres brasileiras sem dúvida têm um pouco de vergonha [de Bolsonaro]', disse Macron, que afirmou ser 'triste' que ministros insultem líderes estrangeiros
O presidente francês Emmanuel Macron disse nesta segunda-feira (26/08), ao ser questionado sobre os ataques do presidente Jair Bolsonaro, que zombou da primeira-dama Brigitte Macron em um comentário no Facebook, que o brasileiro não está à altura do cargo que ocupa.
Thibaut Prévost/FlickrCC Macron disse que Brasil merece presidente "que esteja à altura do cargo" |
O francês disse que os brasileiros “merecem um presidente que esteja à altura do cargo” e classificou como “triste” o fato de ministros do governo Bolsonaro estarem insultando líderes estrangeiros.
Neste domingo (25/08), o ministro da Educação, Abraham Weintraub, conhecido pelos comentários ofensivos que faz em suas redes sociais, chamou Macron de “calhorda oportunista buscando apoio do lobby agrícola francês”.
“As mulheres brasileiras sem dúvida têm um pouco de vergonha [de Bolsonaro]”, disse Macron, em entrevista concedida ao lado do presidente chileno Sebastián Piñera em meio às reuniões do G7, em Biarritz.
O presidente francês também chamou de “grande mal-entendido” a crise diplomática entre os países. Na sexta (23/08), Macron disse que o brasileiro havia mentido para ele durante a reunião do G20, em junho deste ano, quando os dois conversaram sobre preservação ambiental. Em resposta, Bolsonaro acusou o francês de “potencializar o ódio” contra o Brasil.
Embaixador
No sábado (24/08), Bolsonaro disse que estuda convocar para consultas o embaixador brasileiro na França, Luís Fernando Serra, após as críticas de Emmanuel Macron sobre a condução de Brasília na crise ambiental na Amazônia.
Questionado por repórteres se o faria, o presidente afirmou que falou com o chanceler Ernesto Araújo sobre a viabilidade de fazê-lo. “Conversei com o Ernesto, estamos avaliando”, disse.
A convocação de um embaixador para consultas não significa um rompimento de relações, mas é um gesto de alta voltagem diplomática que é normalmente utilizado para exprimir incômodo ou desconforto com um país estrangeiro. Caso ocorra, o posto brasileiro em Paris ficaria, temporariamente, sem representante oficial.
Bolsonaro também disse que está sendo “educado” com Macron, mas que não iria ligar para o francês. "Depois do que ele falou a meu respeito, você acha que vou falar com ele? Eu estou sendo muito educado, porque ele me chamou de mentiroso”, afirmou.
Fonte: Opera Mundi
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