O presidente Jair Bolsonaro (PSL) é o principal alvo de
protestos em defesa da Amazônia que acontecem hoje em pelo menos dez cidades da
Europa e da Ásia. Os manifestantes pedem que o mandatário brasileiro atue em
defesa da floresta, que vem sofrendo um aumento no número de queimadas e de
desmatamento. Alguns manifestantes pedem, ainda, a renúncia do presidente.
Com cartaz contra Bolsonaro, manifestantes protestam em defesa da Amazônia em frente à Embaixada do Brasil em Londres - Imagem: Toby Melville/Reuters |
Convocados por movimentos como Extinction Rebellion e Fridays
for Future, os protestos aconteceram em frente às Embaixadas do Brasil em
Londres (Reino Unido), Paris (França), Madri (Espanha), Dublin (Irlanda),
Berlim (Alemanha) e no Consulado Brasileiro em Genebra (Suíça) e em Nápoles
(Itália). Também há registro de protestos em frente à Embaixada do Brasil em
Mumbai, na Índia, na praça Dam, localizada no centro de Amsterdã (Holanda), e
no centro de Barcelona (Espanha). No Brasil, há protestos convocados para hoje
e para o fim de semana em pelo menos 40 cidades
Em Londres, os manifestantes carregavam faixas e cartazes em
defesa da Amazônia e da causa ambiental. Também havia placas contra Bolsonaro:
uma delas mostrava uma foto do presidente com pulmões no formato de uma
floresta pegando fogo. Nela, é possível ver os dizeres "negligência =
genocídio". Alguns manifestantes também pediram a renúncia de Bolsonaro.
Em um vídeo, eles entoavam gritos de "Bolsonaro has got to go"
("Bolsonaro tem de sair").
Em Paris, manifestantes exibiram uma bandeira do Brasil com os
dizeres "fora Bolsonaro" e "fora piromaníaco". Outros
cartazes pediam o fim da "matança" da floresta. Há também
manifestações que pediam a saída de Bolsonaro da presidência, a realização de
eleições gerais e a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em Genebra, além de cartazes contra Bolsonaro, havia
manifestações que associam o presidente brasileiro a Donald Trump, presidente
dos Estados Unidos, chamando-os de "criminosos". O protesto, que
aconteceu em frente ao Consulado do Brasil na cidade, foi acompanhado de
segurança reforçada no local. Muitos dos manifestantes eram jovens, que
disseram ter "descoberto" Bolsonaro nos últimos dias e se mostraram
"assustados" com as declarações do presidente.
Na Espanha, dezenas de manifestantes se reuniram em frente à
Embaixada do Brasil em Madri. "Quando não for possível respirar ou beber
água, explique aos seus filhos que era 'bom para a economia'", dizia um
cartaz em crítica às queimadas e ao desmatamento na região amazônica.
Pessoas protestam do lado de fora da embaixada brasileira em Londres - Imagem: William Skeaping/@ExtinctionNR via Reuters |
Em Barcelona, manifestantes saíram às ruas com réplicas de
folhas e uma faixa para simular as ondas do oceano. Também havia cartazes que
chamavam Bolsonaro de "criminoso ambiental". Ontem, o presidente da
França, Emmanuel Macron, usou o Twitter para classificar as queimadas na Amazônia
como uma "crise internacional". Ele cobrou que os líderes do G7
tratem urgentemente do tema. "Nossa casa está queimando", escreveu.
Hoje, foi a vez de a chanceler alemã Angela Merkel dizer que os incêndios na
Amazônia constituem uma "situação urgente" que deve ser discutida
durante a cúpula do G7. O G7, grupo formado por líderes dos EUA, Reino Unido,
França, Alemanha, Itália, Canadá e Japão, se reúne na cidade de Biarritz
(França) neste fim de semana. Ontem, Bolsonaro rebateu Macron em uma live nas
redes sociais, dizendo que o líder francês está interessado em "ter um
espaço na região amazônica para ele". Pelo Twitter, o presidente
brasileiro afirmou que a sugestão do francês, de discutir assuntos ligados à
floresta no encontro do G7, "evoca mentalidade colonialista".
As reações internacionais continuaram hoje, com a França e a
Irlanda ameaçando não ratificar o acordo União Europeia-Mercosul se Brasil não
proteger a Amazônia.
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