Em pesquisa do BC, 'mercado' previa que Comitê de Política Monetária (Copom) baixaria juro em meio ponto, mas instituções como Itaú e Credit Suisse informavam a clientes aposta em queda de até um ponto. Para corretora de câmbio, faltou a 'ousadia' da decisão de agosto, e já seria hora de Copom retomar reuniões mensais, para acelerar redução e enfrentar crise global.
André Barrocal
BRASÍLIA – O corte de meio ponto do juro pelo Banco Central (BC) na última quarta-feira (19) foi uma decisão conservadora. Opinião de industriais e sindicalistas? Sim - mas não só. No “mercado”, há quem apostasse em queda maior da taxa, critique o BC e já defenda a volta de reuniões mensais do Comitê de Política Monetária (Copom) como algo capaz de acelerar a redução do juro e de ajudar a enfrentar a crise econômica global.
Apesar de, na média, o “mercado” consultado toda semana pela BC ter previsto redução de meio ponto, Itaú BBA e Credit Suisse são exemplos de instituições financeiras que esperavam mais – 0,75 ponto, no primeiro caso, um ponto, no segundo. Ambas as previsões constavam de boletins analíticos enviados a clientes.
Em texto em inglês distribuído à clientela nessa quinta-feira (20), um dia depois da reunião do Copom, o Itaú diz que, apesar de a decisão ter sido diferente da que aguardava, acredita que o BC terá de “acelerar o passo”, pois a economia brasileira vai desacelerar mais do que o imaginado.
O esfriamento resultará da crise econômica global e foi a razão apontada pelo BC para baixar o juro. Signatário de manifesto a favor de uma taxa permanentememnte menor no país, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, é outro que cobra mais velocidade daqui para frente.
“Fiesp e o Ciesp esperam que, nas próximas reuniões do Copom, a autoridade monetária acentue o movimento de redução dos juros, conforme o desejo de toda a sociedade brasileira”, disse Skaf em nota oficial após o anúncio da decisão.
A necessidade de mandar uma mensagem positiva ao setor produtivo é a principal razão apontada por outra instituição financeira, a corretora de câmbio NGO, para reclamar de falta de “ousadia” e “uma atitude mais firme” por parte do Copom na quarta-feira.
Para o diretor-executivo da empresa, Sidnei Moura Nehme, o comitê deveria ter surpreendido como em agosto, quando diminuíra o juro contra todos os prognósticos do “mercado”.
“Que diferença faz ter cortado meio ponto ou um ponto em termos efetivos nas taxas de juros no Brasil? Pouco, porque a taxa brasileira ainda continuaria expressiva ante as taxas das principais economias, mas, como 'mensagem' ao setor produtivo, teria efeito absolutamente desproporcional no aspecto positivo”, diz Nehme, em boletim à clientela nessa quinta.
Para o economista, seria hora de BC encurtar o espaço entre uma decisão e outra, de mais ou menos 45 dias. “Entendemos que seria extremamente oportuno que a periocidade das reuniões do COPOM voltasse a ser mensal, visto o contexto atual sugerir avaliações mais breves”, afirmou Nehme, em outro boletim, agora desta sexta-feira (21).
No início de 2009, com a crise financeira internacional deflagrada meses antes causando estragos pelo mundo, o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, também sugeriu ao BC que retomasse as reuniões mensais do Copom, mas não conseguiu.
Aquela periodicidade foi abandonada em 2006 pelo BC, com o argumento de que seria bom o Copom poder coletar informações por mais tempo para suas análises e interferir menos no “mercado”, como aliás faz o Federal Reserve (FED) no Estados Unidos. O calendário 2012 de encontros do Copom (oito no total) foi aprovado pelo BC em junho.
Apesar de, na média, o “mercado” consultado toda semana pela BC ter previsto redução de meio ponto, Itaú BBA e Credit Suisse são exemplos de instituições financeiras que esperavam mais – 0,75 ponto, no primeiro caso, um ponto, no segundo. Ambas as previsões constavam de boletins analíticos enviados a clientes.
Em texto em inglês distribuído à clientela nessa quinta-feira (20), um dia depois da reunião do Copom, o Itaú diz que, apesar de a decisão ter sido diferente da que aguardava, acredita que o BC terá de “acelerar o passo”, pois a economia brasileira vai desacelerar mais do que o imaginado.
O esfriamento resultará da crise econômica global e foi a razão apontada pelo BC para baixar o juro. Signatário de manifesto a favor de uma taxa permanentememnte menor no país, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, é outro que cobra mais velocidade daqui para frente.
“Fiesp e o Ciesp esperam que, nas próximas reuniões do Copom, a autoridade monetária acentue o movimento de redução dos juros, conforme o desejo de toda a sociedade brasileira”, disse Skaf em nota oficial após o anúncio da decisão.
A necessidade de mandar uma mensagem positiva ao setor produtivo é a principal razão apontada por outra instituição financeira, a corretora de câmbio NGO, para reclamar de falta de “ousadia” e “uma atitude mais firme” por parte do Copom na quarta-feira.
Para o diretor-executivo da empresa, Sidnei Moura Nehme, o comitê deveria ter surpreendido como em agosto, quando diminuíra o juro contra todos os prognósticos do “mercado”.
“Que diferença faz ter cortado meio ponto ou um ponto em termos efetivos nas taxas de juros no Brasil? Pouco, porque a taxa brasileira ainda continuaria expressiva ante as taxas das principais economias, mas, como 'mensagem' ao setor produtivo, teria efeito absolutamente desproporcional no aspecto positivo”, diz Nehme, em boletim à clientela nessa quinta.
Para o economista, seria hora de BC encurtar o espaço entre uma decisão e outra, de mais ou menos 45 dias. “Entendemos que seria extremamente oportuno que a periocidade das reuniões do COPOM voltasse a ser mensal, visto o contexto atual sugerir avaliações mais breves”, afirmou Nehme, em outro boletim, agora desta sexta-feira (21).
No início de 2009, com a crise financeira internacional deflagrada meses antes causando estragos pelo mundo, o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, também sugeriu ao BC que retomasse as reuniões mensais do Copom, mas não conseguiu.
Aquela periodicidade foi abandonada em 2006 pelo BC, com o argumento de que seria bom o Copom poder coletar informações por mais tempo para suas análises e interferir menos no “mercado”, como aliás faz o Federal Reserve (FED) no Estados Unidos. O calendário 2012 de encontros do Copom (oito no total) foi aprovado pelo BC em junho.
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