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domingo, 30 de outubro de 2011

Bertolino: Fernando Gabeira, porta-voz do golpismo midiático

Assacador, ele se aproveita da situação para atingir, com uma tacada só, o PCdoB, Lula e o governo. O centro da perfídia consiste em deslegitimar a presença dos comunistas em postos importantes do governo. Em bom português: anticomunismo rasteiro e golpismo refinado, embrulhados em moralismos estridentes e ocos. De resto, um expediente generalizado dos clãs midiáticos. As mesmas faces conhecidas de golpismos passados, tangendo velhíssimos ideais.

Por Osvaldo Bertolino, Portal Grabois*

Na onda anticomunista levantada pela mídia contra o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), o que não faltam são teorias sem fatos. Falta, portanto, a matéria-prima indispensável a qualquer informação que se preze. No particular palco da mídia, onde uma combinação de interesses de certas correntes político-ideológicas e dos grupos que controlam a circulação de informações no país com mão de ferro gosta de encenar seus atos, desfilam figuras que despejam nos jornais, rádios, TVs e internet amontoados de invectivas, meias-verdades e mentiras deslavadas.

Às favas o Estado de Direito

Um exemplo é Fernando Gabeira, que pode ser destacado por sua presença ostensiva nas trincheiras da direita no curso dos debates travados desde que Luís Inácio Lula da Silva foi eleito presidente da República em 2002. Agora articulista do jornal O Estado de S. Paulo,
Gabeira escreve, na edição da sexta-feira (28), artigo atacando o PCdoB com virulência. Utiliza a desmoralizada falácia da “antirrepublicana” causa do “direito de aparelhar a máquina do Estado” como base de sua argumentação e se apega a uma farsa já desmontada pelos fatos.

Segundo ele, “querer provas de que um dinheiro foi entregue na garagem” é uma questão irrelevante. Com essa tese, Gabeira demonstra ser um republicano de fachada.
Em outro trecho, ele diz que “não somos uma República bananeira” e que “também não podemos ser uma República de laranjas”. O que não podemos mesmo é ser uma República autoritária, que inverte o pressuposto do Estado de Direito de presunção da inocência. Gabeira, ao defender seu moralismo tacanho, resvala para a defesa de atos discricionários. Endossa um disparate que o jornal O Estado de S. Paulo tem defendido – o de que o sagrado princípio da presunção da inocência não deve valer para os “políticos”. Esse conceito arbitrário é inaceitável. O Estado de Direito é um produto da civilização e, ao mesmo tempo, mecanismo político que a garante.

Ataque ao PCdoB visa imobilizar governo Dilma

Gabeira também envereda pela senda do golpismo ao argumentar que “a sucessão de denúncias é apenas o trabalho da máquina profissional na coleta de dados”. Com o surrado tom presunçoso da mídia, diz que “sem ela a população ficaria mais indefesa diante dos governos”. Repórteres estariam trabalhando “dia e noite para elucidar a passagem do PCdoB pelo Ministério do Esporte”. É uma visão romanesca, falsamente pueril e hipócrita à raiz dos cabelos.

Qualquer pessoa medianamente informada sabe que a mídia, controlada por monopólios, se pauta por sua índole golpista, de olho na sucessão de 2014 para impedir a reeleição deste governo popular e democrático. Essa ação orquestrada no linchamento de Orlando Silva e do PCdoB é, talvez, a maior evidência surgida até agora de que o processo sucessório da presidente Dilma Rousseff já está em pleno andamento. Já que não conseguiram impedir a eleição de Dilma, tentam obstruir e desestabilizar seu governo.

Anticomunismo

Diz ele que em época de Copa do mundo e de Olimpíadas teria sido um erro manter o PCdoB no Ministério do Esporte. O primeiro motivo seriam as calúnias lançadas por um farsante que já foi preso por corrupção. Como já vimos em “A República” de Gabeira a acusação, mesmo sem prova alguma, já é bastante para se condenar uma pessoa. O outro motivo é apresentado de forma enrustida. Para Gabeira, o PCdoB é “um partido associado, no imaginário internacional, ao século passado”. Segundo ele, então, manter os comunistas no Ministério “abriria um grande flanco externo”. Todavia, o “flanco externo” não deriva do anticomunismo que Gabeira professa.

À frente do Ministério do Esporte, Orlando Silva, com respaldo da presidente Dilma Rousseff, lutou com todas as forças para enfrentar a Fifa e defender os interesses nacionais. Segundo Gabeira, a Copa do Mundo representa um investimento alto. Seu êxito se mede pela eficácia na realização dos jogos, pelo legado de infraestrutura e também pela projeção do prestígio do país. Tudo isso ficaria melhor sob controle externo ou nas mãos de gente sem compromissos com a causa nacional, com os interesses do povo brasileiro. Com seu anticomunismo velhaco, Gabeira se apresenta como porta-voz do entreguismo.

Com ares professorais – a rigor, autoritários –, Gabeira também ironiza o apoio do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva à resistência do PCdoB e tenta dar lição sobre a ação dos comunistas. “Existem exceções de homens e mulheres que enfrentaram a ventania de peito aberto e não foram arrastados por ela. Todos eles, entretanto, têm um ponto em comum: a defesa de uma grande causa”, escreve. Não é preciso muito esforço para constatar que o PCdoB está chegando aos 90 anos, enfrentando ventos e trovoadas, golpes e ditaduras, exatamente por defender uma grande causa: o fortalecimento da nação e o socialismo.

Assacador, ele se aproveita da situação para atingir, com uma tacada só, o PCdoB, Lula e o governo. O centro da perfídia consiste em deslegitimar a presença dos comunistas em postos importantes do governo. Em bom português: anticomunismo rasteiro e golpismo refinado, embrulhados em moralismos estridentes e ocos. De resto, um expediente generalizado dos clãs midiáticos. São as mesmas faces conhecidas de golpismos do passado, tangendo os mesmos velhíssimos ideais.

Norte definido

O PCdoB tem em suas práticas o critério supremo da verdade. Práticas que o conduziram pela história para ser, com moral, uma das forças que sustentam o governo neste momento de ascensão social, de ampliação da democracia e de melhorias nos índices econômicos no país. Foi um dos arquitetos do movimento progressista que surgiu nas eleições de 1989 e foi se ampliando, até as vitórias de 2002, 2006 e 2010. Durante as administrações do presidente Lula, o Partido, à frente do Ministério do Esporte, desenvolveu ações que em muito contribuíram para os êxitos que estão a vista de todos.

Pode, portanto, falar com altivez que é uma das forças políticas do país credenciada para impulsionar ainda mais o governo no rumo das mudanças historicamente reclamadas pelo povo. Como tem dito com frequência, o PCdoB vê o atual estágio da sociedade brasileira como um passo importante no caminho de realizações maiores, de projetos mais avançados – uma importante etapa na caminhada rumo ao socialismo.

É, portanto, uma organização política com norte bem definido, com projetos claros, expressos em seu programa socialista. O Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento, centro gravitacional de sua política, é um instrumento que faz do Partido uma autoridade com respeitabilidade na sociedade, alicerçada em sua história de defesa da nação, da construção da democracia e do impulso ao progresso social.

Vazio de fatos

Que ninguém se iluda – o verniz de luta política esconde, no fundo, uma feroz batalha ideológica. O Brasil conhece bem, e há muitos anos, a situação de ter dentro de si diversos países diferentes convivendo ao mesmo tempo. O Brasil dos conservadores pensa que pode vencer pelo choque, pelo cansaço do prolixo.

Podemos, nesse vazio de fatos e profusão de invencionices, recorrer às palavras do Padre Vieira, no Sermão da Sexagésima. Lá se diz: “As razões não hão de ser enxertadas, hão de ser nascidas. O pregar não é recitar. As razões próprias nascem do entendimento, as alheias vão pegadas à memória, e os homens não se convencem pela memória, senão pelo entendimento. (…) O que sai da boca, para nos ouvidos, o que nasce do juízo, penetra e convence o entendimento.”

* é editor do Portal Grabois

Congresso de Estudantes elege nova diretoria da Umes Betim

    O 12º Congresso da Umes Betim, aconteceu neste dia 30 de Outubro, nas dependências do Parque de Exposição David Gonçalves Lara. O encontro reuniu dezenas de estudantes representando mais de 40 escolas do municipio de Betim.
Mesa de Abertura, Kennedy, Flávio Saddam, João Vitor, Buzelim e Kate-Anne

    Na pauta do congresso, estavam debates importantes, como os recursos do pré sal e do minério para educação. Outro tema abordado pelos estudantes foi o Pronatec. O lider estudantil Kennedy Alessandro, ressaltou a importância da aprovação do programa no Senado, segundo defende o estudante, O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) tem como objetivo expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos técnicos e profissionais de nível médio, e de cursos de formação inicial e continuada para os estudantes trabalhadores. 

ATO DE ABERTURA, REUNI LIDERANÇAS SINDICAIS E EXs PRESIDENTES DA UMES BETIM
    Além de reunir representantes da Perefeitura de Betim e Funarb, o congresso teve na sua abertura dos trabalhos os ultimos 06 presidentes da entidade. Prestigiaram o encontro os ex presidentes, Flavio Saddam, Tiago Santana, Kate-Anne Lopes, Pericles Francisco, Cristiano, além de antigos diretores como Renato Oliveira e o hoje professor da rede estadual Marcos Pitter.

PARA SADDAM, A LUTAS PELA EDUCAÇÃO E REGULAMENTAÇÃO DO CRÉDITO EDUCATIVO ESTÁ NA ORDEM DO DIA
    Fazendo o uso da palavra, o Ex Presidente da Umes Betim e da Ubes, Flávio Saddam, relembrou sua tragetória no movimento estudantil betinense e reforçou a necessidade da mobilização para buscar a aprovação do Creduc (Crédito Educativo Municipal). "Os estudantes através da umes e dos grêmios, precisam mobilizar e cobrar da Prefeita Maria do Carmo a regulamentação desse importante programa, pois é o futuro da juventude de Betim que está em jogo", reivindica Saddam.

ESTUDANTES PREPARAM CARAVA PARA O 41º CONGRESSO DA UCMG
    O atual Presidente da UCMG (União Colegial de Minas Gerais), Pericles Francisco reforçou a responsabilidade dos estudantes betinense no encontro estadual da UCMG, que acontecerá no próximo final de semana, na Cidade de Juiz de Fora. Pericles fez também um alerta sobre a luta dos professores em minas, por melhores condições de trabalho e salário. "O governo Anástasia, insiste em não valorizar o professores e não pagar o piso salarial, que é um direito estabelecido em lei. Nós náo podemos cruzar os braços, pois os professores e estudantes são vítimas desse governo". Alertou o Presidente da UCMG.

KENNEDY ALESSANDRO É O NOVO PRESIDENTE 
    Com uma grande renovação, foi eleita no final do 12º Congresso da Umes Betim, a nova diretoria da entidade. Junto com os novos diretores, foi eleito o estudante da Escola Estadual Teotônio Vilela, Kennedy Alessandro, que irá conduzir a umes no próximo ano. O novo presidente conclamou os novos diretores a unir forças e colocar o movimento estudantil nas ruas em defesa das principais bandeiras de lutas dos estudantes. "para mim é uma honra e ao mesmo tempo uma grande responsabilidade está a frente dessa entidade. A Umes Somos Nós, Nossa Força Nossa Voz", conclui Kennedy.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Pastor que queimou Alcorão se candidata à Presidência dos EUA

Terry Jones, pastor de uma igreja da Flórida onde foi queimado um exemplar do Alcorão em março, anunciou que apresentará sua candidatura às eleições presidenciais de 2012 nos Estados Unidos.

No site de seu grupo "Stand Up America Now", que é usado para desferir críticas ao islamismo, foi publicado nesta quinta-feira um comunicado do líder da igreja Dove World Outreach Center, em Gainesville, na Flórida, anunciando sua intenção de concorrer às eleições.

O pastor elenca no anúncio sete promessas, que chamou de propostas, para "conter o excesso de gasto público, equilibrar o orçamento, reduzir a despesa militar, deportar imigrantes ilegais, economizar US$ 400 bilhões anuais, reduzir os impostos às empresas e diminuir a burocracia governamental".

Jones foi alçado à condição de personagem da mídia em 2010, quando disse que queimaria um exemplar do Alcorão no aniversário dos ataques de 11 de Setembro, o que gerou uma condenação internacional e até mesmo do presidente americano, Barack Obama.

O pastor voltou atrás e, em outro momento, disse em uma entrevista a um canal de televisão, que não queimaria mais o livro dos muçulmanos.

No entanto, em março, Jones voltou encontrar espaço na mídia americana, ao realizar um simulacro de "julgamento" do Alcarão, o condenando "ao fogo eterno" e o queimando em seguida diante de diversos membros da igreja. O vídeo, mais tarde, foi divulgado na internet.

Com agências

Para presidente da EBC, mídias públicas fortalecem democracia

A criação da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) representa um importante passo para a democracia brasileira e latino-americana. Sob esse prisma, diversas autoridades se reuniram nesta quinta (27) para comemorar os quatro anos de criação da EBC, na nova sede da empresa, em Brasília. A empresa completa quatro anos na próxima segunda (31).

Entre os presentes ao evento estavam os presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-SP), além da ministra da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas, e da presidente da empresa, Tereza Cruvinel.

“Vimos o volume de trabalho ao longo desses quatro anos. Isso é apenas uma semente do que vamos ter. Sem essa semente, não teríamos as frutas, as flores. Elas foram plantadas pelas mãos carinhosas de Tereza [Cruvinel]”, disse, em tom poético, o senador José Sarney, que destacou também a participação da ministra Helena Chagas no processo de consolidação da empresa.

Sarney destacou o fato de 40% da programação da TV Brasil ser feita por produtores independentes. “É uma porta aberta para todos os brasileiros que não tinham espaço”, disse o senador. Emocionada, Tereza Cruvinel lembrou da dificuldade que foi aprovar o artigo que aborda a complementaridade da comunicação pública, privada e estatal na Constituição.

“Em toda a América Latina, neste momento de reafirmação da democracia, os meios públicos estão se fortalecendo. Na Argentina, a TV pública, feita por Evita Perón, existe há 60 anos”, lembrou a presidenta da EBC. “Nos últimos anos, nenhum projeto foi tão atacado como o da TV pública. Mídias públicas existem em toda a democracia. Por que é tão complicado aqui no Brasil?”, questionou Tereza Cruvinel. “Todos devem pensar nisso.”

Para ela, por meio da EBC Serviços, diretoria da empresa que atende a clientes de instituições públicas e privadas, será possível diminuir a dependência financeira da empresa em relação ao Estado. “Somos majoritariamente financiados pelo Estado, mas estamos trabalhando para deixar de ser”, ressaltou.

“Temos um conjunto de TVs públicas que precisa discutir seu papel e objetivo constantemente, para a consolidação de um sistema de comunicação que deve ser cada vez mais democrático, para que o povo se sinta, ao mesmo tempo, representado e bem informado”, disse o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia. “Vida longa à EBC e às TVs públicas do nosso país”, completou.

A ministra Helena Chagas também lembrou das dificuldades vividas durante a criação da EBC. “Tenho enorme orgulho de ter participado dessa criação, ao lado da Tereza Cruvinel, do Franklin Martins [ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República] e do ex-presidente Lula. Formamos uma instituição que é um instrumento da democracia, que ajuda o cidadão a refletir sobre o seu país", destacou Helena..

“Não há nada mais importante do que ser a voz dos que não têm voz. O que fazemos aqui é representar a sociedade desorganizada, já que a sociedade organizada tem seu espaço”, acrescentou. “[Por meio do jornalismo público] podemos fazer experiências e experimentos com outro olhar, que é o jornalismo colaborativo.”

A ministra destacou o papel da presidenta da EBC nesse contexto. “Isso tudo não estaria de pé se não fosse a Tereza. Ela é uma guerreira, e isso ainda será reconhecido. A EBC vai ser um sucesso no futuro.”

Gerente da Área de Comunicação Audiovisual da Telam, agência pública de notícias da Argentina, Gonzalo Carbajal, lembrou que o papel da mídia pública vai além do das emissoras de TV, estendendo-se às rádios e às agências de notícias, como a Agência Brasil.

“Tenho conversado muito com a Tereza sobre as articulações dos meios públicos no continente. É uma experiência muito difícil, mas também muito rica”, disse Carbajal. “Já estamos encontrando o espaço necessário para isso”, completou.

Fonte: Agência Brasil

Wikileaks aponta Wiliam Waack como informante do governo dos EUA

O repórter William Waack, da Rede Globo de Televisão, foi apontado como informante do governo norte-americano, segundo post do blog Brasil que Vai – que citou documentos sigilosos trazidos a público pelo site Wikileaks há pouco menos de dois meses. De acordo com o texto, Waack foi indicado por membros do governo dos EUA para “sustentar posições na mídia brasileira afinadas com as grandes linhas da política externa americana”.

Por essa razão, ainda segundo o texto, é que se sentiu à vontade para protagonizar insólitos episódios na programação que conduz, nos quais não faltaram sequer palavrões dirigidos a autoridades do governo brasileiro.

O post informa ainda que a política externa brasileira tem “novas orientações” que “não mais se coadunam nem com os interesses estadunidenses, que se preocupam com o cosmopolitismo nacional, nem com os do Estado de Israel, influente no ‘stablishment’ norte-americano”. Por isso, o Departamento de Estado dos EUA “buscou fincar estacas nos meios de comunicação especializados em política internacional do Brasil” – no que seria um caso de “infiltração da CIA [a agência norte-americana de inteligência] nas instituições do país”.

O post do blog afirma ainda que os documentos divulgados pelo Wikileaks de encontros regulares de Waack com o embaixador do EUA no Brasil e com autoridades do Departamento de Estado e da Embaixada de Israel “mostram que sua atuação atende a outro comando que não aquele instalado no Jardim Botânico do Rio de Janeiro”.

Fonte: R7

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Senado aprova criação da Comissão da Verdade

]O projeto de lei que cria a Comissão da Verdade foi aprovado nesta quarta-feira (26) no Senado, com apoio unânime dos senadores. Com a presença da ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário, e de parentes de vítimas da ditadura militar, o parecer favorável ao projeto foi lido pelo relator, senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), ele mesmo exilado político no período da ditadura militar (1964-1985).

O texto prevê a criação de uma comissão com a participação de sete membros indicados pela presidente da República, Dilma Rousseff, com suporte administrativo e financeiro da Casa Civil. O objetivo será apurar fatos ocorridos entre os anos de 1946 e 1988, entre eles crimes de tortura e assassinato cometidos em nome do Estado brasileiro.

O projeto foi fruto de acordo do governo com a oposição e estabelece também que pessoas que atuam como dirigentes de partidos políticos não poderão integrar a nova comissão. Funcionários públicos civis e militares ficarão obrigados a colaborar com os trabalhos de esclarecimento dos fatos ocorridos no período e outras testemunhas poderão ser convocadas. Também poderão ser solicitadas perícias, mas a comissão não terá qualquer poder punitivo em relação aos crimes que já foram anistiados ou prescritos.

O relator lembrou que o esclarecimento dos fatos é fator fundamental para que a democracia brasileira possa seguir se fortalecendo. “Qualquer que seja o resultado da Comissão da Verdade, a ferida não se fechará. Mas eu espero que nós possamos, no trabalho da Comissão, encontrar uma resposta sobre mistérios com os quais nós convivemos e que não podem subsistir na plenitude da democracia”.

Diversos senadores lembraram que ainda existem corpos de pessoas mortas que não foram encontrados. A localização desses corpos é uma das expectativas criadas com a implementação da comissão. “O que eu quero é seguir em frente, eu sei que as famílias das vítimas vão carregar para sempre essa ferida, como disse no início, não há cura para isso, mas talvez aqueles que foram mais diretamente e duramente atingidos possam se sentir, de alguma forma, reparados, se a luz da democracia puder contribuir para esclarecer as condições em que seus entes queridos pereceram e, inclusive, a autoria desses crimes”, resumiu Ferreira.

A presidente da sessão, senadora Marta Suplicy (PT-SP), disse que o texto seguirá para sanção da presidente Dilma Rousseff. “Hoje ela terá uma noite muito feliz”, disse a senadora, lembrando que a presidente foi torturada durante a ditadura militar.

Agência Brasil

Stella Caloni: 12 repressores argentinos recebem prisão perpétua

(foto) Manifestação das Mães da Praça de Maio

“Ao fim a justiça!”, gritaram em uníssono centenas de manifestantes que escutaram em uma tela gigante o veredito dos juízes do Tribunal Federal Cinco que, em uma resolução histórica, condenou à prisão perpétua figuras emblemáticas da última ditadura (1976-1983), como os ex marinheiros Alfredo Astiz, Jorge Tigre Acosta, Ricardo Miguel Cavallo, e outros, por crimes de lesa-humanidade perpetrados no Centro Clandestino de Detenção da Escola de Mecânica da Armada (Esma).

Por Stella Caloni*

Receberam a mesma pena Julio César Coronel, Jorge Rádice, Adolfo Donda, Antonio Pernías, Raúl Scheller, Alberto González, Ernesto Weber, Néstor Savio e Antonio Montes.

No entanto, Manuel García Tallada e Juan Carlos Fotea receberam uma pena de 25 anos; Carlos Octavio Capdevila, 20 anos, e Juan Antonio Azic, que tem julgamentos pendentes, 18 anos. Ao mesmo tempo, foi decidida a absolvição de Pablo García Velazco e Juan Carlos Rolón, que seguirá preso por outras razões em que está acusado de crimes de lesa-humanidade.

Dentro do tribunal a emoção eclodiu em gritos e choro; Mães, Avós da Praça de Maio e familiares dos desaparecidos na Esma se abraçavam com as testemunhas do caso, funcionários e integrantes de organismos de direitos humanos, políticos e sindicalistas.

Do lado de fora, os filhos de desaparecidos, netos recuperados, que estiveram nas mãos de alguns dos condenados, cantavam e choravam em um abraço interminável olhando a tela gigante que lhes devolvia o rosto impávido daqueles que alguma vez se sentiram donos da vida e da morte, e que em sua defesa nunca mostraram arrependimento e se consideram “heróis” de uma guerra suja na que, amparados pela impunidade ditatorial, sequestraram, torturaram, mataram e desapareceram com milhares de pessoas.

O clima de tensão vivido pouco antes do veredito, que demorou mais de duas horas para ser lido, foi substituído pela alegria, ainda que em alguns casos, como o de Azic, a condenação tenha sido inferior aos pedidos da acusação. Conjuntos musicais começaram um show no local, em meio à emoção generalizada que parecia crescer ao longo das horas.

Na manhã desta quarta-feira (26) em vários lugares próximos ao tribunal apareceram adesivos, em uma ofensiva dos acusados, que chamavam de “montoneros” [organização político-militar argentina que empreendeu uma luta armada, na forma de guerrilha urbana, entre 1970 e 1979] os membros do governo e se definiam a si mesmos como “perseguidos políticos”, apesar terem sido requeridos pela justiça de vários países.

No tribunal estavam Cecilia Pando, ativista em defensa dos acusados, e familiares destes.

Esse julgamento emblemático durou quase dois anos porque na Esma desapareceram unas cinco mil pessoas e foram poucos os sobreviventes do horror.

Sequestros da igreja de Santa Cruz

O Tribunal Oral Federal Cinco, integrado pelos juízes Daniel Obligado, Germán Castelli e Ricardo Farías, levou adiante este processo na chamada “megacausa Esma”; julgou desta vez 18 importantes repressores, por delitos cometidos contra 86 vítimas, em uma ação conjunta tomando os chamados testemunhos A, B e C, entre os quais figurou o sequestro de 12 pessoas da igreja de Santa Cruz.

Nesta operação, realizada entre 8 e 10 de dezembro de 1977, foram sequestradas três fundadoras das Mães da Praça de Maio: Azucena Villaflor de De Vincenti, Esther Ballestrino de Careaga e María Eugenia Ponce de Bianco, duass monjas francesas e outras seis pessoas.

Neste caso, um dos condenados é Astiz, que se infiltrou entre as mães fingindo ser filho de desaparecidos e foi tratado por elas com amor. Usou o pseudônimo de Gustavo Niño e foi quem entregou as vítimas. Beijou a todos os que seriam sequestrados (assim os marcou), quando estavam na igreja de Santa Cruz. Daí foram levados à Esma onde todos desapareceram.

As três mães e outras duas pessoas foram encontradas enterradas como NN [sigla para enterrados sem identificação] em um povoado na costa atlântica. Foram jogadas ao mar ainda vivas e as águas arrastaram seus cadáveres, que foram enterrados pelos moradores. Finalmente foram identificadas em 2005 pela equipe argentina de antropologia forense.

Voos da morte

Outro dos casos emblemáticos da Esma, é o do escritor e periodista Rodolfo Walsh, militante da organização Montoneros, que conseguiu escrever uma carta aberta à junta militar, que resultou em um documento histórico de acusação da ditadura.

Conseguiu enviar a carta da ilegalidade em que vivia e foi interceptado em uma rua por um grupo de tarefas em 25 de março de 1977. Ali o prenderam ferido, porque os enfrentou e depois, seu corpo foi visto por testemunhas na Associação dos Oficiais da Esma e nunca apareceu.

Sabe-se que milhares de presos desaparecidos nesse centro clandestino foram jogados vivos e drogados ao mar nos chamados “voos da morte”.

Os testemunhos foram dilacerantes e puderam identificar os responsáveis das torturas, assassinatos e desaparecimentos de pessoas de diversas idades, incluindo adolescentes e anciãos.

Crianças roubadas

Em outro julgamento foi considerado o caso das crianças roubadas, já que pela Esma passou uma grande quantidade de jovens que foram sequestradas grávidas e foram mantidas presas até o parto, depois do qual seus filhos foram roubados para serem distribuídos entre os próprios militares e amigos, ao passo que elas desapareciam.

Por isso, esta foi uma jornada histórica na grande luta por banir a impunidade do país e punir com a justiça, de forma responsável, os autores de crimes aberrantes cometidos durante ditadura, durante a qual, se calcula, desapareceram 30 mil pessoas. Há outros 70 acusados esperando julgamento pela Esma e por crimes contra outras 800 pessoas.

* Stella Caloni é jornalista, correspondente, na Argentina, do jornal mexicano La Jornada

Tradução: Vanessa Silva

Aldo Rebelo é o novo ministro do Esporte

O deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP) foi anunciado nesta quinta-feira (27) como o novo ministro do Esporte. De acordo com a presidente Dilma, a indicação lhe dá "grande segurança de que a pasta terá êxito". Rebelo foi indicado pelo partido para ocupar a vaga do correligionário Orlando Silva, que deixou o cargo na quarta-feira (26), para defender-se de denúncias que o envolvem em um suposto esquema de desvio de dinheiro público na pasta.


A posse do novo ministro, segundo o Planalto, será na próxima segunda-feira. "Fui convidado pela presidente para assumir o ministério", afirmou Rebelo, agradecendo a confiança. Questionado sobre quais serão suas primeiras medidas, Rebelo disse que "a presidente não entrou nos detalhes da pasta e não teria como fazer isso". "Preciso entrar em contato com a equipe do ministério para começar a transição, só a partir dai posso falar", completou.

Em conversa com o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, e com o próprio Aldo Rebelo, Dilma declarou que o partido vem conduzindo com competência e honestidade o Ministério e que, por isso, deveria continuar à frente da pasta. "Vou me empenhar, junto com o PCdoB, para que o Ministério alcance êxito nas importantes tarefas que lhe cabem, sobretudo nos grade eventos, a Copa e as Olimpíadas", disse a presidente.

Dilma ressaltou as qualidade do novo ministro e afirmou que tem confiança em Rebelo. "Sua indicação me dá grande segurança de que o Ministério terá êxito, o que é muito importante para o êxito do meu governo como um todo", destacou.

Renato Rabelo, por sua vez, afirmou que o "PCdoB tem em Rebelo um quadro político com grande experiência e capacidade política. É uma pessoa em quem o partido deposita enorme confiança para levar a bom termo tarefas importantes para o país".

Mais cedo, pelo Twitter, Orlando desejou boa sorte a Rebelo: "Bom dia, Aldo Rebelo! Deus ilumine teus caminhos. Bom trabalho!". Os nomes de Flávio Dino (PCdoB-MA) e da deputada Luciana Santos (PCdoB-PE) também eram cogitados pela imprensa.

Rebelo está no sexto mandato na Câmara dos Deputados, sempre pelo PCdoB –já foi presidente da Casa e líder do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Rebelo também foi ministro da Coordenação Política durante a gestão de Lula e teve importante papel na articulação da base aliada no período que se seguiu às denúncias do Mensalão. Na juventude, atuou no movimento estudantil e foi presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes).

Com a indicação de Aldo, a pasta permanece sob a liderança do PCdoB, que dará continuidade ao trabalho desenvolvido desde 2006 e que resultou em grandes conquistas para o país, como a realização da Copa de 2014 e as Olimpiíadas de 2016.

Orlando Silva deixou a pasta nesta quarta-feira. "Decidimos que a melhor solução seria sair do governo para defender a minha honra", disse. "Saio com o sentimento do dever cumprido", completou o ex-ministro, reiterando sua inocência.

Da Redação

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Europa: de remendo em remendo, o brejo se aproxima


O novo nó da questão discutida na zona do euro está em determinar o quanto da dívida grega será cortada, ou seja, não paga. Em julho houvera um acordo prévio, de bastidor, em torno de 20%. Agora, Merkel fala em 50%, mas acredita-se que possa chegar até 60%. Os bancos, na maioria, teimam em dizer que não aceitariam mais do que 40%. O artigo é de Flávio Aguiar, direito de Berlim

Berlim - Quarta-feira (26) foi um dia de tensão Europa afora. Mais um, para ser preciso. As glândulas supra-renais, que secretam adrenalina, devem estar esgotadas de tanto trabalho.

O primeiro foco do dia estava em Berlim. Por determinação da Suprema-Corte alemã, o Bundestag (Parlamento Nacional) deve obrigatoriamente ser ouvido no caso de crises internacionais. Antes, ele apenas referendava ou não as propostas aprovadas na sede da União Européia, em Bruxelas. Agora ele deve ser ouvido antes do Executivo alemão levar alguma proposta para os fóruns internacionais.

A discussão, iniciada na terça-feira, focava o Fundo Europeu de Estabilidade Fincanceira, a possibilidade da recapitalização dos bancos, o que fazer com a dívida grega. Basicamente, a proposta alemã era levar a Bruxelas a idéia de que o Fundo deveria ser ampliado, passando de 1 trilhão de euros pelo menos, e que pudesse ser usado como uma espécie de “fundo de seguro” para investidores que desejassem comprar letras do tesouro de países em dificuldades, como a Grécia, Portugal, Irlanda e talvez no futuro, Itália e Espanha. A França de Sarkozy queria ir mais fundo: queria que o fundo pudesse agir como um banco, emprestando dinheiro diretamente a países e bancos em dificuldade, e também tomando empréstimos, por exemplo, do Banco Central Europeu. Ângela Merkel, sempre na retranca, não aceita a idéia: defende que o fundo, por exemplo, garanta um percentual – fala-se em 20 % ou mais – dos investimentos em questão, e que ele possa ser usado, de modo limitado, para fazer empréstimos a juros menores do que os de mercado a países em dificuldade tão somente.

No domingo, durante uma primeira rodada em Bruxelas, Merkel, aparentemente, levara a melhor sobre Sarkozy. Com apoio (conservador) da Holanda e da Finlândia (que querem poupar seus contribuintes de terem de “pagar” pelos “indisciplinados” países do sul, ela conseguira descartar, pelo menos de momento, o plano de Sarkozy. Infeliz, apesar de ter ganho um ursinho de Merkel como presente para sua filha recém nascida, Sarkozy descarregou sua frustração em cima do primeiro ministro britânico David Cameron, dizendo, diante das cobranças deste, que ele perdera uma oportunidade de ficar calado, e que deveria silenciar sobre o euro, já que não gostava dele. Isso num tom exaltado, como é o seu estilo.

Na segunda-feira, Cameron continuou com parte do mico da vez, ao enfrentar uma rebelião de seus pares conservadores no Parlamento britânico, que votaram (embora em minoria) a favor de uma proposta de realizar novo plebiscito sobre a permanência do país na União Européia. Dividindo o mico, Berlusconi, que ouvira muitas e boas de Sarkozy e Merkel em Bruxelas, inclusive risinhos de mofa enquanto falava, se enrolava em conversações com o presidente italiano Giorgio Napolitano e com o líder da aliada e reacionaríssima Liga Norte, Umberto Bossi, sobre a continuidade de seu desmoralizado governo. Bossi resistia em aceitar, como queriam Merkel e Sarkozy, o aumento da aposentadoria italiana para 67 anos, como é na Alemanha. Parece que ambos acabaram acertando um acordo: Bossi aceitou os 67 anos, mas somente a partir de 2026, e Berlusconi teria se comprometido a não disputar mais a reeleição em março de 2012. A ver.

O risco para Merkel era enfrentar rebeliões semelhantes em seu terreno, o que enfraqueceria seu papel na reunião de cúpula da Zona do Euro e da UE, que começou em Bruxelas na noite mesma de quarta.

O novo nó da questão está em determinar o quanto da dívida grega será cortada, ou seja, não paga. Em julho houvera um acordo prévio, de bastidor, em torno de 20%. Depois, com a divulgação de que nos bastidores todos – do FMI aos governos envolvidos – acreditavam que a Grécia não poderia mesmo pagar os 357 bi de euros que deve (160% do seu PIB anual), aquele número cresceu para pelo menos 40%. Agora, Merkel falou em 50%, mas acredita-se que possa chegar até 60%. Os bancos, na maioria, no entanto, teimam em dizer que não aceitariam mais do que 40%. Também a ver.

Afinal, Merkel conseguiu uma ampla vitória na votação desta quarta. Apenas 89 deputados dos mais de 600 do Parlamento votaram contra, com algumas poucas abstenções e ausências. Assinale-se que, como já anunciara, a Linke votou contra, argumentando que o novo plano não muda os pressupostos dos anteriores, com que não concorda.

E agora à noite (aqui em Berlim), enquanto redijo estas notas, se avolumam as chegadas a Bruxelas, para o grande match em torno do euro.

Fica a impressão, no entanto, de estarmos diante de remendos e mais remendos, porque os fundamentos da questão não só não são atacados, como sequer, em geral, são visualizados pela maioria dos envolvidos. O “Consenso de Bruxelas” reeditou o moribundo “Consenso de Washington”, nada mais. Fez dos “planos de austeridade” e da redução de direitos e investimentos sociais a panacéia universal. Não faltam comentaristas de todos os matizes (não estou falando de esquerdistas, mas de gente como Krugman e Steglitz) que dizem que a União Européia está fazendo exatamente o contrário do que deveria fazer, que seria aumentar os investimentos sociais, garantir a elevação do poder aquisitivo, animar ao invés de sufocar a economia dos países em crise mais aguda.

A prova disso é o que aconteceu com a Grécia: um ano e meio depois dela ter declarado estado falimentar, os “planos de austeridade” só fizeram piorar a sua situação, quebrando o país completamente, segundo reconhecem FMI, U. E. e Banco Central Europeu, mas que vão continuar a insistir nos mesmos fundamentos, ou, melhor dizendo, “afundamento”. Diga-se de passagem, nessas questões, hoje o FMI está “à esquerda”, se é possível dizer isso, de Bruxelas, Frankfurt, Berlim, etc., porque alerta continuamente para a necessidade de reverter o processo recessivo em que a Europa está entrando.

Enquanto isso, o brejo se aproxima rapidamente: já dá para sentir o cheiro do pântano. Haja adrenalina!

Sete bilhões de humanos. E a humanidade por construir

O mundo está a poucos dias de atingir uma população de sete bilhões de habitantes. A previsão da ONU é de que esse divisor será alcançado no dia 31 de outubro, próxima segunda feira. A marca redonda, superlativa, leva água ao moinho dos apelos neomalthisianos que tem conquistado adeptos aqui e alhures. Escudado na justa preocupação com o equilíbrio ambiental, o neomalthusianismo pega carona num boa causa para rejuvenescer um velho truque histórico: atribuir a pobreza ao excesso de pobres.

O planeta vive hoje uma crise endogâmica, ambiental e econômica. A superação de uma não se fará sem a equação da outra. Mas há hierarquia entre causas e efeitos. Não é a demografia que explica as conexões entre miséria, fome e devastação ecológica. Há uma devastação precedente sempre omitida nas manchetes 'demografóbicas': a concentração histórica de poder econômico e político que acarreta a exploração devastadora de ‘recursos’ humanos e naturais. Um dado resume todos os demais: 20% da população mundial consome 80% dos recursos que formam as bases da vida na Terra. Ainda que os demais 80% da demografia 'excedente' fossem exterminados, o padrão de consumo capitalista, e o desperdício intrínseco a ele, continuaria a fazer estragos estruturais no planeta. A desordem exacerbada pelo colapso neoliberal tende a acentuá-los. Ela amplifica a miséria numa ponta e justifica a procrastinação temerária de acordos e medidas cautelares para refrear a rapinagem ambiental na outra. A salvação das finanças ocupa as atenções e os recursos disponíveis na agenda do mundo: não há 'sobras' para acudir a fome, tampouco espaço para investir em reordenação ambiental.

Esse segundo plano ameaça a relevância da Cúpula da Terra, a Rio 2012. Será necessário uma mobilização política contundente para romper a blindagem financista predominante na agenda da crise e incorporar os reais interesses da humanidade e do planeta na reordenação da economia mundial. Isso não se faz com tergiversações demográficas que ofuscam em vez de iluminar a raiz dos problemas.

Cerca de 1,1 bilhão de pessoas sobrevivem com menos de 1 dólar por dia e 2,8 bilhões subsistem com menos de 2 dólares/dia nesse momento. A infância da humanidade, formada por dois bilhões de crianças, tem a metade de seus protagonistas aprisionados no redil da pobreza e da insegurança alimentar. A OIT (Organização Internacional do Trabalho) explica como se dá a transmissão geracional da exclusão: quatro em cada dez trabalhadores do mundo são pobres e a natalidade evolui na razão inversa da curva de renda. O colapso neoliberal adicionou mais 30 milhões de desempregados às ruas: hoje são mais de 200 milhões em todo o planeta. Entre os que estão empregados, 1,3 bilhão ganham até dois dólares por dia; 489,7 milhões ganham menos de 1 dólar/dia. Dados da ONU e do Banco Mundial indicam que 80% da humanidade vive com menos de dez dólares por dia.

A especulação no mercado de commodities, que inflaciona os preços dos alimentos e multiplica a fome, reúne hoje recursos da ordem de US$ 400 bilhões de dólares. Quatrocentas vezes o orçamento anual da FAO, principal organismo de cooperação voltado para o desenvolvimento agrícola e a segurança alimentar. Nos anos 80, antes da desregulação neoliberal, o volume total aplicado em contratos especulativos era inferior a US$ 20 bilhões.

Esse é o pano de fundo sobre o qual será decidida a sorte de sete bilhões de seres humanos. Não há solução demográfica para o seu destino. O verdadeiro desafio é humanizar a sociedade humana.

Postado por Saul Leblon 

Walter Sorrentino: Desonestidade jornalística flagrante

Uma das frases mais famosas de Otto von Bismarck é a de que “se o povo soubesse como são feitas as salsichas e as leis, não dormiria tranquilo”. Faltava incluir o jornalismo nativo.

Por Walter Sorrentino*

Ricardo Noblat partilha em seu blog também o de João Bosco Rebello, o conluio fraterno de Globo e Estadão contra o PCdoB. Vale tudo! Mas demonstram ter presunto no lugar da retina.

A matéria é encimada pela frase criminosa e que jamais será provada de suposto motorista que diz ter entregado ao ministro Orlando Silva, do Esporte, dinheiro de ONGs. E segue especulando grosseiramente sobre o Estatuto do PCdoB, que “submete o Estado ao PCdoB”:

“Nada mais explícito do que o artigo nono do Estatuto do PCdoB para se entender o comportamento de seu ministro, Orlando Silva, à frente do ministério dos Esportes.

O artigo 9º trata de contribuição financeira obrigatória dos militantes. Só no artigo 59 se trata da atuação dos(as) comunistas no exercício de cargos públicos, eletivos ou comissionados indicados pelo Partido.

“Diz o artigo [então é o 59] que os cargos públicos ocupados por seus filiados pertencem ao partido, assim como a hierarquia é estritamente interna. Ou seja, autoridades de qualquer setor devem prestar contas ao partido – e somente ao partido”.

O que diz de fato o Estatuto: “Nesses postos [no exercício de cargos públicos, eletivos ou comissionados indicados pelo Partido], os(as) comunistas devem pautar a atividade de acordo com as normas e deliberações dos entes que integram”. Mais: “b) zelar pelo nome do Partido, desempenhando suas funções com probidade, respeito à causa pública e aos direitos do povo, e delas prestando contas regularmente...”.

Segue a toada mal cozida: “É impressionante como o estatuto explicita que orientações, deliberações, decisões, prestações de contas – todos esses deveres básicos do Estado com o contribuinte, seguem regra interna porque assim decidiu ‘norma própria do Comitê Central’. Às favas, pois, a Constituição”.

O que diz de fato o Estatuto: “Nesses postos, os(as) comunistas devem pautar a atividade de acordo com as normas e deliberações dos entes que integram, bem como das instâncias partidárias a que estejam subordinados(as), não podendo se sobrepor a elas”.

“Os mandatos eletivos (grifo meu) alcançados sob a legenda do PCdoB pertencem ao coletivo partidário soberanamente”.

“Os membros do Partido no exercício de cargos públicos eletivos ou comissionados indicados pelo Partido, devem manter sua militância nas organizações partidárias a que pertençam ou integrar um coletivo, nos termos do parágrafo 2º do artigo 34. Em regra, os(as) presidentes do Partido não devem exercer cargos nos Executivos na mesma esfera. Nesses casos, devem licenciar-se da Presidência, salvo autorização expressa por parte da instância imediatamente superior”.

Uma afirmação de compromisso militante ligado ao projeto político partidário e respeito republicano aos entes do Estado, mais uma garantia de não-autonomização de interesses pessoais que se sobreponham à linha política partidária, transformou-se, na pena exasperada dos articulistas, em um “às favas a Constituição!” Nem inteligente é a lógica!

Talvez o Globo e Estadão entendam de respeito à Constituição... Comparem a vida do PCdoB com a dessas instituições, por via das dúvidas. Os articulistas podiam citar o artigo 5º: Os membros do partido “devem zelar pelo honroso título de militante comunista, cultivando elevados padrões éticos e morais, de solidariedade ao povo e respeito à coisa pública, sendo exemplo de luta, honradez e sinceridade com seus companheiros e companheiras”.

Ou o artigo 67: nas contas partidárias vige o princípio “da legalidade, ética, probidade, transparência e prestação periódica das contas e controle coletivo”. Aliás, expresso nas aprovações seguidas das contas partidárias, com transparência, perante os órgãos públicos (leia aqui).

O Estatuto do PCdoB foi aprovado no 9º Congresso em 2009. Com ele, os comunistas reafirmaram seus princípios inamovíveis ao mesmo tempo em que renovaram concepções e práticas de partido, à luz da experiência brasileira e do Programa Socialista renovado.

Mantém-se um partido militante, maior tesouro do PCdoB, com atividades permanentes e não só em períodos eleitorais, organizados e conscientes. A Escola Nacional de PCdoB tem atividades permanentes e, em seu currículo, há aulas regulares sobre a ética e o respeito à coisa pública.

Sempre afirmamos que os preceitos de vida orgânica do PCdoB são importante contribuição à democracia brasileira, que necessita de partidos fortalecidos, definidos ideológica e politicamente, com formações militantes conscientes. Esse é nosso prisma, desde 1922. Orgulhamo-nos do quanto amadurecemos e do quanto nos renovamos.

Um novo projeto nacional de desenvolvimento, cujos desafios estão sendo enfrentados neste momento da história nacional, exige respeito à Política, fortalecimento do sistema político e dos partidos políticos. Uma reforma democrática profunda deve ter como um dos pilares o do financiamento público exclusivo de campanha, com teto de gastos. É liminarmente claro que, ao lado do papel dos órgãos fiscalizadores severos hoje existentes (TSE, CGU, TCU etc), isso eliminaria a grande fonte de corrupção histórica no país: o conluio privado-público na atividade política.

Dessa estamos fora. Sim, aceitem o repto dos articulistas: para interpretação do próprio leitor, segue a íntegra do artigo do estatuto citado.

* Walter Sorrentino é secretário nacional de Organização do PCdoB

Renato Rabelo: De cabeça erguida, o PCdoB segue na luta

Ao deixar uma reunião com a presidente Dilma em que foi anunciada a saída de Orlando Silva do cargo de ministro do Esporte, o presidente do PCdoB afirma que os comunistas seguem "de cabeça erguida". Leia a íntegra do seu pronunciamento.

Dando seguimento à escalada de tentativas de desestabilização do governo da presidente Dilma Rousseff, desde o último dia 15 o campo político reacionário do país e veículos do monopólio de comunicação desencadearam uma criminosa campanha difamatória contra o ministro Orlando Silva e o Partido Comunista do Brasil.

O PCdoB, neste momento, vem reafirmar a convicção na inocência e integridade de Orlando Silva no exercício da titularidade do Ministério do Esporte. Esta convicção é baseada na ausência absoluta de provas, na fonte desqualificada que o acusa, e na sinceridade e na segurança com que ele sustenta que não há fatos que o incriminem.

Ressaltamos que desde a primeira hora Orlando defendeu com altivez sua honra e dignidade. Demonstrando segurança de que tudo deriva de uma campanha difamatória, de pronto ele solicitou a investigação provocada pelo Procurador-Geral da República junto ao Supremo Tribunal Federal. Além disso, pediu à Polícia Federal e a outros órgãos de controle do Estado uma apuração rigorosa das falsas acusações que lhe foram lançadas. Também abriu mão de seus sigilos telefônico, fiscal, bancário e de correspondência.

É importante assinalar que a gestão de Orlando Silva à frente do Ministério do Esporte elevou esta pasta a outra dimensão. Prova disso é a conquista da realização no Brasil da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Destacam-se, também, as políticas aplicadas e o sucesso que alcançaram tanto em termos de difusão massiva de práticas desportivas, quanto aos recordes alcançados pelo Brasil em competições e o aumento do número de nossos atletas com nível de desempenho internacional, como fica evidente com o desempenho da delegação brasileira nos Jogos Pan-Americanos, no México.

O Partido Comunista do Brasil uma vez mais rechaça os ataques contra sua legenda, igualmente caluniosos e sem provas. Nosso Partido tem 90 anos de história de luta e de heroísmo em defesa do Brasil e da democracia. Nossa legenda tem um perfil ideológico claro e um Programa Socialista que defende o fortalecimento da Nação e uma vida digna para o nosso povo. A verdadeira “caçada” movida contra ele pelo campo político reacionário do país e veículos do monopólio midiático vem do seu fortalecimento crescente na condição de um Partido contemporâneo e revolucionário.

Porém, entendemos que esse ataque não é somente contra a liderança de Orlando Silva e o nosso Partido. O objetivo das forças conservadoras e da grande mídia é golpear o governo da presidente Dilma Rousseff quando ela lidera com êxito o enfrentamento dos efeitos da crise capitalista mundial sobre o Brasil.

O Partido e o companheiro Orlando Silva estão de cabeça erguida e altiva diante desta campanha infame. O tempo e as investigações irão demonstrar que tudo não passa de calúnia. A verdade – estamos convictos – vai prevalecer sobre a mentira. O PCdoB, com a unidade de seu coletivo militante e apoio do povo e dos aliados, reafirma seu compromisso com a luta pelo êxito do governo Dilma na sua missão de conduzir o Brasil à nova etapa de seu desenvolvimento com distribuição de renda e valorização do trabalho.

Brasília, 26 de outubro de 2011.

Renato Rabelo
Presidente do Partido Comunista do Brasil-PCdoB

terça-feira, 25 de outubro de 2011

PM diz não ter provas que incriminem Orlando Silva

O policial militar João Dias Ferreira disse hoje (24) que não possui nenhuma prova do envolvimento do ministro do Esporte, Orlando Silva (PCdoB), e de seu antecessor, Agnelo Queiroz (PT), no suposto esquema de desvios de recursos públicos do Ministério. João Dias afirmou categoricamente que não gravou diálogos de Orlando Silva e que não há nada que o incrimine. "Em nenhuma delas [das gravações] tem a voz do ministro".
As declarações foram dadas quando o policial militar prestou novo depoimento e entregou à Polícia Federal (PF) um aparelho de telefone celular contendo 13 gravações de conversas dele com membros do Ministério do Esporte. Segundo ele, nos diálogos seria possível identificar a intenção de fraudar prestações de contas dos convênios que firmou com a pasta.
O acusador também levou quatro ofícios emitidos pelo Ministério que, segundo ele, contêm “informações contraditórias" sobre a fiscalização dos repasses de verbas da pasta a entidades conveniadas. O material envolveria assessores da cúpula do ministério. Mas, até o momento, segundo a PF, não há qualquer comprovação da participação do ministro Orlando Silva no suposto esquema.
O celular foi encaminhado para perícia e os resultados devem ser divulgados na próxima semana, segundo a PF. Em seu novo depoimento, nada mais foi acrescentado nas investigações. Ele continua afirmando que está sendo “ameaçado e perseguido” por conta das denúncias que apresentou à revista Veja, que publicou matéria na edição da semana passada somente baseada na entrevista feita com João Dias. No entanto, negou proteção especial.
O policial, que deve depor a uma comissão da Câmara dos Deputados nos próximos dias, acusou o ministro do Esporte, Orlando Silva, de integrar um esquema de desvio de verbas públicas do programa Segundo Tempo.

Nova reportagem sem provas

Na edição desta semana, a revista Veja transcreveu um diálogo que teria ocorrido em abril de 2008, entre João Dias e dois servidores do Ministério do Esporte. Na transcrição do semanário, eles combinam o envio de um documento à Polícia Militar desmentindo supostas irregularidades na execução de convênios firmados entre a pasta e ONGs controladas pelo policial.
Em nota divulgada neste sábado (22), o Ministério do Esporte questionou a apresentação da conversa transcrita pela revista da editora Abril. Segundo o texto, a pasta pedirá à PF para incorporar a gravação à investigação em andamento sobre o suposto esquema de desvio.
"A manipulação começa já na abertura da reportagem. A revista faz uma montagem e cola sobre uma foto do ministro a frase entre aspas: 'A coisa fugiu do controle', declaração que o ministro nunca fez", diz um trecho da nota.
Há pouco, o ministério divulgou nova nota informando que o "secretário-executivo do Ministério do Esporte, Waldemar de Souza, constituiu nesta segunda-feira, 24 de outubro, uma Comissão de Sindicância para investigar acusações publicadas pela revista Veja, nas páginas 88, 89 e 90 da sua edição número 2240, de suposto envolvimento de servidores do Ministério em irregularidades administrativas".

Da Redação, com agências

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Veja se enrola mais nas mentiras


Uma fonte deste blog na TV Globo, do Rio, informa que não está nada amistosa a relação da emissora dos Marinhos com a revista Veja. O estranhamento de Veja e Globo tem a ver com a artilharia pesada do semanário contra o ministro do Esporte, Orlando Silva, e o PCdoB.


Esmael Moraes, em seu Blog

A produção do Jornal Nacional pediu ontem o áudio que Veja recebeu do ex-policial João Dias Ferreira, no qual dialoga com dois assessores do Ministério do Esporte, mas a revista se recusou a fornecer a matéria-prima ao parceiro de PIG (Partido da Imprensa Golpista).

O blog foi atrás e descobriu que Veja não possui diálogos que comprometem o ministro ou os assessores acusados por ela. Pelo contrário. É o policial Dias quem se complica ainda mais. O “herói” da revista já esteve preso por desvio de recursos da pasta e é suspeito de assassinato.
Na fita que está em poder de Veja, o acusador ameaça com um revólver os assessores do ministério. Por isso a revista não publicou diálogos na reporcagem desta semana.
Como norma padrão, o Jornal Nacional sempre dava destaque às estripulias de Veja com a condição de exclusividade nas “provas” materiais adquiridas. Pela primeira vez a revista não cumpriu o acordo e isso deixou a Globo com muito mau humor.
A direção TV Globo, segundo a mesma fonte, teme que a emissora tenha sido arrastada numa guerra que poderá custar-lhe o pouco de credibilidade (e os pontinhos no Ibope) que tem.
Se a Globo quer saber do áudio secretos de Veja, imagine os comunistas…
O ministro Orlando Silva está rindo à toa da trapalhada. Ele fez a sua parte ao pedir para ser investigado, abrir sigilos bancários e telefônicos, enfim, depor no Congresso Nacional.
O diabo é que a revista Veja se recusa a fazer a parte dela que é bem mais simples: mostrar o áudio coletado clandestinamente pelo policial João Dias.

Fonte: Blog do Esmael (www.esmaelmorais.com.br)

domingo, 23 de outubro de 2011

Betim sai na frente e constrói um dos mais modernos hospitais da Grande BH

A prefeita de Betim, Maria do Carmo Lara e a secretária municipal de saúde, Conceição Rezende, apresentaram o projeto de engenharia e arquitetura do Hospital do Teresópolis. Com a implantação do hospital, Betim aumentará seu número de leitos hospitalares, já que existe um déficit de 485 leitos na cidade e 870 na microrregião. O empreendimento terá a missão de oferecer e ampliar a assistência hospitalar de média complexidade materno-infantil, clínica do adulto, cirurgia geral, ortopédica e a odontológica, em urgência e emergência, aos usuários do SUS Betim, de forma humanizada, integral e eficiente. 
Na ocasião, Maria do Carmo Lara lembrou a importância desse projeto, já que foi votado pelo Orçamento Participativo (OP), demonstrando uma necessidade da região do Teresópolis. “Para a prefeitura, as obras eleitas democraticamente por este instrumento popular que é o OP são prioridades. Solicitei urgência na confecção desse projeto e ele nos foi entregue em dois meses. É um tempo recorde para concepção de um trabalho dessa complexidade”, ressaltou a prefeita. Ela disse ainda que a primeira promessa já foi cumprida, a elaboração do projeto. “Em seguida, vamos apresentar para o Ministério da Saúde e solicitar a verba para execução”, afirmou.
Projeto inteligente 
O arquiteto e médico, Domingos Marcos Flávio Fiorentini, responsável pelo projeto do Hospital, ressaltou a quebra de paradigmas com que trabalhou neste projeto. “São mais de 600 projetos executados em todo o mundo, mas este é especial por seu porte, complexidade e importância para a população de Betim, disse. “A gestão desse hospital será de muita responsabilidade”, afirmou o arquiteto, explicando que o projeto do Hospital Teresópolis foi concebido para evitar desperdícios, reduzir ociosidade, preservar os princípios de segurança e humanização, além de utilizar conhecimento científico dos processos de utilização de energia e dos recursos naturais. 
Segundo Domingos Fiorentini, foi projetado um sistema duplo de alimentação de água, sendo um para água reciclada e outro para água potável. A água reciclada será utilizada como água motriz (vasos sanitários e despejo), de forma que a água potável seja utilizada somente em funções estritamente necessárias, favorecendo seu uso racional. Com isso, temos uma redução de 50% do consumo de água potável e do volume de esgoto produzido.
Foi proposto também, o uso máximo de ventilação e iluminação natural e isolamento térmico do edifício, para a redução do consumo de energia elétrica. Também está no planejamento, uma estrutura que permita a redução de perda de gases medicinais e redução do custo de manutenção, além da implantação de tecnologia e conectividade através de uma rede corporativa hospitalar. Outro ponto importante considerado no projeto é a arquitetura de forma mais horizontal possível, minimizando a necessidade de elevadores, escadas, rampas e monta-cargas.
Em visita a Betim, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, assegurou que a presidenta Dilma Rousseff liberaria recursos para a construção do hospital. “Vamos aguardar a prefeitura a apresentar o projeto para liberarmos o dinheiro. É compromisso do governo federal com a prefeita Maria do Carmo construir o hospital no Teresópolis”, disse Padilha, quando esteve visitando a cidade.

Fonte: FOLHA DE BETIM

Dez mil pessoas vão à Brasília pelos 10% do PIB para Educação

No dia 26 de outubro, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e suas 43 entidades filiadas em todo o Brasil farão uma mobilização que promete reunir cerca de dez mil pessoas em Brasília. É a 5ª Marcha Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública, que nesta edição pede pelos 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para a Educação. O Brasil investe, hoje, cerca de 5% do PIB no setor.Para a CNTE, não há dúvidas de que o direito à educação depende de mais recursos financeiros e de sua melhor aplicação. A meta de investimento de 10% do PIB visa tirar o atraso no qual a educação pública brasileira se encontra. Atualmente, os educadores estão desestimulados devido à baixa remuneração e à estrutura precária das escolas. 

A Marcha Nacional visa sensibilizar a sociedade e dar visibilidade para questões que comprometem a qualidade da educação. Os participantes se concentrarão às 9 horas em frente ao estádio Mané Garrincha (em reforma para a Copa de 2014) e marcharão a partir das 10 horas até o Congresso Nacional, onde será feito um ato pela defesa de 10% do PIB e não apenas 7% como consta no Plano Nacional de Educação (PNE), em tramitação no Congresso.

A CNTE pretende entregar ao presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), e ao relator do PNE, deputado Ângelo Vanhoni, cem mil assinaturas de apoio à destinação de 10% do PIB para a educação pública brasileira.
Também estarão expostos em frente ao Congresso, os trabalhos da mostra cultural promovida pela Confederação. Nesta mostra, lançada no dia 16 de setembro, alunos de escolas públicas inscreveram desenhos, poemas, cordéis, qualquer manifestação artística sobre o tema “Por que 10% do PIB para a Educação Pública?”.
Segundo o presidente da CNTE, Roberto Leão, a educação tem papel importante na formação dos trabalhadores, na distribuição da renda e no desenvolvimento sustentável a longo prazo. “10% do PIB não é muito e todos sabem disso, principalmente em se tratando de educação, que é essencial para a construção de um país justo e preparado para o futuro”, afirma.

Motivos não faltam
Pesquisas denunciam que a juventude não se sente atraída pela carreira de educador. O número de formandos nos cursos preparatórios de docentes para os primeiros anos da educação básica - como Pedagogia e Normal Superior – foi reduzido pela metade em quatro anos, segundo os últimos dados do Censo do Ensino Superior, realizado anualmente pelo MEC. De 2005 a 2009, o número de graduados caiu de 103 mil para 52 mil, comprovando o desinteresse dos jovens pela carreira.
As muitas paralisações organizadas revelam a dificuldade de interlocução com os governantes para o atendimento das atuais demandas da educação. Somente na rede pública estadual, a CNTE contabiliza doze greves em 2011. Atualmente, a rede estadual do Pará está paralisada.
A longa duração dessas greves chama a atenção. Os professores cearenses voltaram às salas de aula somente após 63 dias e com o compromisso do governo do estado de pagar o piso vinculado à carreira. Em Minas Gerais, os professores permaneceram em greve por 112 dias até conseguirem dar início a um processo de negociação com o governo estadual.
O motivo principal das greves de 2011 é o descumprimento da lei que trata do Piso Salarial Profissional Nacional. Sancionada há três anos pelo presidente Lula, a lei ainda não é cumprida integralmente em nenhum estado e município. “Na maioria dos estados e municípios que dizem cumprir o piso, a norma não é seguida como deveria, pois não estruturaram uma carreira para os profissionais", afirma Leão.
A Lei do Piso estabeleceu o valor de R$950,00 para ser pago como vencimento inicial de carreira do professor com formação de nível médio, a partir de 2008. Este valor sofreria reajustes anuais utilizando-se o mesmo percentual de crescimento do valor anual mínimo por aluno do Fundeb, referente aos anos iniciais do ensino fundamental urbano.
A CNTE calcula que os professores de nível médio deveriam receber em 2011 um salário inicial de R$1.597,87. O Ministério da Educação, porém, estabeleceu a quantia de R$1.187,97.

Com informações da CNTE

sábado, 22 de outubro de 2011

Mais de 100 mil mortos depois, Obama confirma retirada total de tropas do Iraque

O presidente norte-americano, Barack Obama, anunciou nesta sexta-feira (21/10) que os Estados Unidos vão cumprir a promessa de retirar sua tropas do Iraque até o fim do ano. A invasão norte-americana ao Iraque, que derrubou o regime de Saddam Hussein, teve início em 20 de março de 2003 e, segundo documento diplomático dos EUA divulgado pelo Wikileaks, matou ao menos 109 mil pessoas, 63% civis.

"Como prometido, o restante de nossas tropas no Iraque voltará para casa até o final do ano. Após quase nove anos, a guerra da América no Iraque estará acabada", disse Obama a jornalistas. Com a decisão, apenas cerca 150 soldados deverão permanecer no Iraque a partir do ano que vem, com a tarefa de proteger a embaixada dos EUA.


Em agosto de 2008 Obama anunciou a saída do Iraque, sendo que a primeira etapa seria a retirada da missão de combate norte-americana, cerca de 90 mil soldados, em 31 de agosto. Segundo a Casa Branca, em setembro estariam no país 146 mil soldados norte-americanos em campo, responsáveis por treinar os cerca de 665 mil soldados e policiais iraquianos para conduzir operações contraterrorismo e proporcionar segurança temporária e controle.


Entre janeiro de 2004 e agosto de 2008, período mais sangrento da guerra, 77 mil iraquianos morreram. Os números sobre esse período foram divulgados discretamente no site do Comando Central americano no final de julho, mas chegaram à mídia somente no ano passado.


Segundo o Wikileaks, documentos "mostram que o conflito causou 285 mil vítimas, entre elas ao menos 109 mil mortos" entre 2003 e o fim de 2009, segundo as mesmas fontes. Dentre os mortos, 63% eram civis. O banco de dados público Iraq Body Count aponta que o número de civis mortos desde 2003 varia de 98.252 e 107.235.

Banco Central recebe crítica até do 'mercado' por corte tímido do juro

Em pesquisa do BC, 'mercado' previa que Comitê de Política Monetária (Copom) baixaria juro em meio ponto, mas instituções como Itaú e Credit Suisse informavam a clientes aposta em queda de até um ponto. Para corretora de câmbio, faltou a 'ousadia' da decisão de agosto, e já seria hora de Copom retomar reuniões mensais, para acelerar redução e enfrentar crise global.

BRASÍLIA – O corte de meio ponto do juro pelo Banco Central (BC) na última quarta-feira (19) foi uma decisão conservadora. Opinião de industriais e sindicalistas? Sim - mas não só. No “mercado”, há quem apostasse em queda maior da taxa, critique o BC e já defenda a volta de reuniões mensais do Comitê de Política Monetária (Copom) como algo capaz de acelerar a redução do juro e de ajudar a enfrentar a crise econômica global.

Apesar de, na média, o “mercado” consultado toda semana pela BC ter previsto redução de meio ponto, Itaú BBA e Credit Suisse são exemplos de instituições financeiras que esperavam mais – 0,75 ponto, no primeiro caso, um ponto, no segundo. Ambas as previsões constavam de boletins analíticos enviados a clientes.

Em texto em inglês distribuído à clientela nessa quinta-feira (20), um dia depois da reunião do Copom, o Itaú diz que, apesar de a decisão ter sido diferente da que aguardava, acredita que o BC terá de “acelerar o passo”, pois a economia brasileira vai desacelerar mais do que o imaginado.

O esfriamento resultará da crise econômica global e foi a razão apontada pelo BC para baixar o juro. Signatário de manifesto a favor de uma taxa permanentememnte menor no país, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, é outro que cobra mais velocidade daqui para frente.

“Fiesp e o Ciesp esperam que, nas próximas reuniões do Copom, a autoridade monetária acentue o movimento de redução dos juros, conforme o desejo de toda a sociedade brasileira”, disse Skaf em nota oficial após o anúncio da decisão.

A necessidade de mandar uma mensagem positiva ao setor produtivo é a principal razão apontada por outra instituição financeira, a corretora de câmbio NGO, para reclamar de falta de “ousadia” e “uma atitude mais firme” por parte do Copom na quarta-feira.

Para o diretor-executivo da empresa, Sidnei Moura Nehme, o comitê deveria ter surpreendido como em agosto, quando diminuíra o juro contra todos os prognósticos do “mercado”.

“Que diferença faz ter cortado meio ponto ou um ponto em termos efetivos nas taxas de juros no Brasil? Pouco, porque a taxa brasileira ainda continuaria expressiva ante as taxas das principais economias, mas, como 'mensagem' ao setor produtivo, teria efeito absolutamente desproporcional no aspecto positivo”, diz Nehme, em boletim à clientela nessa quinta.

Para o economista, seria hora de BC encurtar o espaço entre uma decisão e outra, de mais ou menos 45 dias. “Entendemos que seria extremamente oportuno que a periocidade das reuniões do COPOM voltasse a ser mensal, visto o contexto atual sugerir avaliações mais breves”, afirmou Nehme, em outro boletim, agora desta sexta-feira (21).

No início de 2009, com a crise financeira internacional deflagrada meses antes causando estragos pelo mundo, o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, também sugeriu ao BC que retomasse as reuniões mensais do Copom, mas não conseguiu.

Aquela periodicidade foi abandonada em 2006 pelo BC, com o argumento de que seria bom o Copom poder coletar informações por mais tempo para suas análises e interferir menos no “mercado”, como aliás faz o Federal Reserve (FED) no Estados Unidos. O calendário 2012 de encontros do Copom (oito no total) foi aprovado pelo BC em junho.