O prômio Nobel da Economia em 2001 e antigo vice-presidente do Banco Mundial, Joseph Stiglitz, afirmou na última quinta-feira (25) que as políticas de austeridade constituem uma receita para "menos crescimento e mais desemprego".
Stiglitz considerou que a adoção dessas políticas "correspondem a um suicídio" econômico. "É preciso perceber que a austeridade por si só não vai resolver os problemas, porque não vai estimular o crescimento", afirmou Stiglitz num encontro com jornalistas em Corunha, na Espanha, onde proferiu a conferência "Pode o capitalismo salvar-se de si mesmo?", noticia a agência Efe.O economista sugeriu ao novo governo espanhol que vá "além da austeridade" e que proceda a uma reestruturação das despesas e da fiscalidade como medida básica para criar emprego. Recomendou em particular uma fiscalidade progressiva e um apoio ao investimento das empresas.
"Temo que se centrem na austeridade, que é uma receita para um crescimento menor, para uma recessão e para mais desemprego. A austeridade é uma receita para o suicídio econômico", afirmou.
Para o Nobel da Economia de 2001, "a menos que Espanha não cometa nenhum erro, acerte a 100% e aplique as medidas para suavizar a política de austeridade, vai levar anos e anos" a sair da crise.
O antigo vice-presidente do Banco Mundial disse que as reformas estruturais europeias "foram desenhadas para melhorar a economia do lado da oferta e não do lado da procura", quando o problema real é a falta de procura.
Por isso, rejeitou as propostas a favor de mais flexibilidade laboral: "Se baixamos os salários, vai piorar a procura e a recessão", alertou Stiglitz, defendendo que "é necessário" que a flexibilidade seja acompanhada por "compensações do lado da segurança" para os trabalhadores.
"Em economia, há um princípio elementar a que se chama efeito multiplicador do orçamento equilibrado: se o governo sobe os impostos mas, ao mesmo tempo, gasta o dinheiro que recebe dos impostos, isto tem um efeito multiplicador sobre a economia", explicou, apresentando a sua receita para sair da crise.
Fonte: Jornal de Negócios
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