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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Berlusconi cede às pressões e avisa que vai renunciar

O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, disse nesta terça-feira (8) que irá renunciar ao cargo assim que o Parlamento aprovar o pacote draconiano imposto pelo mercado financeiro e adotado pelo seu governo como forma de tentar escapar da crise financeira que toma a Europa.

Os rumores de renúncia de Berlusconi ganharam força após uma disparada nos custos da dívida italiana, cujos títulos de dez anos já estão pagando 6,5% de juros anuais (se ultrapassar o patamar de 7%, o governo da Itália corre o risco de calote).

Berlusconi será, então, mais um dos primeiros-ministros derrubados pela crise. Os chefes de governo da Irlanda, de Portugal e da Grécia já pediram demissão. O da Espanha convocou eleições antecipadas e não irá se candidatar.

A pressão pela queda desses governos foi aplicada, sobretudo, pelos mercados financeiros do continente, principalmente da França e da Alemanha. A pressão pela derrubada é justificada pela pressa em adotar medidas draconianas de cortes nos investimentos, salários e benefícios sociais, que não tragam grandes riscos aos lucros das instituições financeiras.

O primeiro-ministro, apesar do espectáculo de otimismo que continuava a dar nos últimos dias, não podia ignorar os sinais do seu crescente isolamento – antes de mais a constante subida dos juros da dívida italiana e o agrado com que os especuladores bolsistas reagiam a cada rumor sobre o seu afastamento.

Segundo cálculos publicados no site de Der Spiegel, o aumento de juros dos últimos dias, potenciado pela astronômica dívida italiana, custará à Itália 28 bilhões de euros nos próximos três anos.

No campo do patronato italiano, da direita e do seu próprio partido, multiplicavam-se ao mesmo tempo as vozes a reclamarem o afastamento de Berlusconi. Emma Marcegaglia, a presidente da confederação patronal Cofindustria, comentara a subida dos juros com um lacônico: "Não aguentamos isto por muito mais tempo". Ferruccio de Bortoli, o chefe de redação do vetusto diário Corriere della Sera, de direita, explicara-se mais exaustivamente: "O tempo de Berlusconi esgotou-se. Ele corre o risco de arruinar o seu partido e todo o país".

Com agências

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