A batalha judicial entre o município de Betim e a empresa
Andrade Gutierrez ganha um novo capitulo. A empresa quer retirar dos cofres do
munícipio mais de R$ 500 milhões referentes a uma suposta dívida em relação às
obras realizadas há mais de 30 anos. Mesmo após uma auditoria e documentos
comprovando que a tal dívida foi paga mais de uma vez, a empreiteira insiste
por vias judiciais que o pagamento seja realizado novamente.
O atual prefeito Vittorio Medioli tem denunciado este escândalo
desde 2017 e tem travado uma verdadeira luta para mostrar a fraude que envolve
a Andrade Gutierrez e políticos que já administraram o município nas décadas de
80 e 90. Em 2018 foi realizado uma audiência na assembleia legislativa e diversas
manifestações em Betim e inclusive na porta da empresa em BH, contestando e
denunciando a falsa dívida.
Recentemente a prefeitura foi notificada pelo Tribunal de
Justiça de Minas Gerais que cerca de R$ 48 milhões seriam “sequestrados” para
pagar os precatórios cobrados pela empreiteira. Após o anúncio deste bloqueio
por parte da justiça, o prefeito municipal decretou no último dia 09, estado de
calamidade pública, já prevendo o enorme impacto que trará à cidade. Atualmente
o município arrecada cerca de R$ 1,5 bilhões e a cobrança da Andrade Gutierrez
é um terço de toda a arrecadação, ou seja, serviços públicos essenciais à
população, como saúde e educação, folha de pagamento, além de diversas obras em
andamentos poderão ser paralisadas.
Na tarde desta quinta-feira, dia 10, o prefeito deu uma
coletiva à imprensa afirmando que o município não aguenta esse impacto
financeiro, que será desastroso para a população. “Temos cinco ações na justiça contestando essa cobrança absurda.
Inclusive pedimos que a empresa o que recebeu a mais de Betim. Nós já entramos
com um mandado de segurança no Tribunal de Justiça para reverter esse bloqueio”,
explica Medioli.
População sai às ruas contra a cobrança da falsa dívida. |
O prefeito esclarece ainda que o município já sofria com a
falta de repasses do Estado de Minas Gerais, que chega a quase R$ 280 milhões. “Fizemos sacrifícios, cortamos despesas e
gastos desnecessários para manter os serviços públicos e pagar os servidores e
fornecedores em dia, mas com a falta de repasse somado a este bloqueio, a
situação piora ainda mais”.
O prefeito já iniciou uma série de reuniões com secretários,
com o poder legislativo municipal e pretende levar ao conhecimento de toda
população o quadro financeiro que a cidade irá enfrentar se tal cobrança for
realizada. Representantes de diversas entidades sociais, sindicais e estudantis
já planejam a realização de novas manifestações para denunciar e barrar a
cobrança da falsa dívida, diante do enorme impacto para a população betinense
.
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