Manifestantes protestam contra o bloqueio de R$ 47, 8 milhões que os cofres do município podem sofrer
Mais de 35 entidades, como associações de bairros, sindicatos, organizações sociais e membros da sociedade civil participaram de uma manifestação na manhã desta segunda (28), em Betim, na região metropolitana.
O objetivo do movimento, que reuniu cerca de 7.000 pessoas, foi protestar contra a cobrança que a empreiteira Andrade Gutierrez faz contra o município e o bloqueio de R$ 47,8 milhões que os cofres municipais podem sofrer a partir do próximo dia 5.
Esse valor, caso seja bloqueado, comprometeria as finanças municipais e colocaria em risco os serviços públicos e o salário do funcionalismo municipal.
O ato teve adesão de alguns setores dos serviços públicos, como o de limpeza urbana, transporte de baixa capacidade, parte do transporte público tradicional e do funcionalismo, além da população em geral. O objetivo foi sensibilizar as autoridades para os impactos que o bloqueio terá nos serviços oferecidos em Betim.
O objetivo do movimento, que reuniu cerca de 7.000 pessoas, foi protestar contra a cobrança que a empreiteira Andrade Gutierrez faz contra o município. Foto: Ronaldo Silveira
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O ato teve início debaixo do viaduto Jacintão, símbolo da cobrança de quese R$ 480 que a empresa Andrade Gutierrez cobra de Betim, com uma passeata até o centro da cidade.
"A cidade toda sofrerá com essa dívida. Acho que não tem um cidadão de Betim que pode ficar tranquilo com essa cobrança, principalmente, os que mais precisam do poder público", disse a dona de casa Marisa Vasconcelos.
“Essa cobrança que prevê o bloqueio de verbas inviabilizará uma série de serviços na cidade, com graves consequências. O objetivo do movimento é mobilizar a população para abraçar essa causa em favor do município, pois todos serão impactados”, disse o presidente das Federações das Associações Comunitárias, Cristiano Marcos.
A prefeitura ingressou com recurso no Superior Tribunal de Justiça requerendo a suspensão do bloqueio, que foi determinado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
""Essa dívida é uma fraude porque ela já foi paga. As auditorias comprovam isso, inclusive, a do Tribunal de Contas da União. Porém, houve omissão ao longo dos anos para defender Betim. Essa dívida representa 30% do nosso orçamento. Vamos até o fim contra essa cobrança que prejudicará Betim. A prefeitura já está tomando medidas para tentar suportar, mas quem vai pagar é o povo mais carente que depende dos serviços públicos, pois terá menos saúde, educação e creche para as pessoas" , disse o prefeito Vittorio Medioli, que esteve presente no ato.
A Andrade Gutierrez enviou uma nota alegando que realizou as obras conforme o contrato firmado com o município e que a empresa teve ganho de causa em todas as instâncias da Justiça, com trânsito em julgado em 2011. “Assim, a dívida do Município de Betim com a Andrade Gutierrez não foi apenas reconhecida em decisão definitiva, mas os títulos que a representam foram emitidos pelo Poder Judiciário do Estado de Minas Gerais, que ordenou o pagamento na forma também prevista na Constituição”, diz a nota.
Fonte: O Tempo