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terça-feira, 27 de março de 2012

Dilma desembarca na Índia com maior apoio internacional


Pesquisa divulgada nesta terça-feira (27) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mostra que a percepção positiva dos investidores estrangeiros em relação à política externa brasileira melhorou muito. E revela também que, apesar da crise alardeada pela imprensa, eles acreditam que o país vive seu momento de maior estabilidade política dos últimos dois anos.

Brasília - A presidenta Dilma Rousseff desembarcou em Nova Deli, na Índia, nesta terça (27), para participar da 6ª Cúpula dos Brics (o bloco de países emergentes que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), com muito mais apoio internacional à política externa que vem desenvolvendo do que tinha no seu primeiro ano de mandato.

Pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) nesta manhã mostra que a percepção positiva sobre a influência do Brasil em organismos multilaterais aumentou de 15 para 40 pontos e, sobre a importância do país para a América Latina, de 30 para 54 pontos.

O estudo Monitor da Percepção Internacional do Brasil, realizado a cada três meses, ouviu, nesta última edição, 176 representantes de embaixadas, organismos internacionais, câmaras de comércio e empresas de capital internacional instaladas no país, entre 21 de fevereiro e 12 de março.

No seu primeiro ano como presidenta da República, Dilma viajou bem menos do que seu antecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foram 15 visitas oficiais a outras nações, contra 23 de Lula, no primeiro ano do primeiro mandato dele, e 30, no primeiro ano do segundo.

Ao contrário de Lula, a presidenta se manteve longe das grandes polêmicas. Seu posicionamento político internacional mais ousado foi em setembro, quando abriu pela primeira vez a Assembleia Geral das Nações Unidas, e defendeu, por exemplo, o reconhecimento da Palestina como estado-nação.

“Em 2011, realmente houve pouca participação do Brasil nos fóruns internacionais. Parece que o país ficou mais preocupado com sua agenda doméstica. Mas essa política externa um pouco mais revigorada desde o final do ano passado já causa reflexos”, afirma o técnico em Planejamento e Pesquisa do IPEA, André Pinelli, coordenador da pesquisa.


Investimentos estrangeiros
A pesquisa do IPEA mostra também que, apesar do alarde dos grandes jornais sobre a crise instaurada entre governo e base aliada, os agentes econômicos estrangeiros acreditam que o Brasil vive seu momento de maior estabilidade política dos últimos anos, o que contribui de forma positiva na decisão das empresas internacionais de investirem mais no país.

Do total de entrevistados, 28% consideram que a influência do ambiente político brasileiro na decisão de trazer investimentos para o país é altamente positiva, 51%, moderadamente positiva e 5%, neutros. Apenas 13% a consideram moderadamente negativa, e, 3%, negativa. “Quase 80% dos entrevistados consideraram o momento atual o melhor dos últimos dois anos, o que é um dado impressionante”, analisa Pinelli.

De acordo com o estudo, o otimismo é tanto que 38% dos entrevistados apostam que o Brasil irá figurar, nos próximos 10 meses, como o terceiro no ranking dos países que mais recebem investimentos estrangeiros. “O Brasil nunca alcançou essa marca. Sua melhor posição no ranking foi o 5º lugar”, acrescentou o economista.

Outros 36% acreditam que o país ficará entre o 4º e 5º lugar, posição que o Brasil, conforme o técnico em Pesquisa e Planejamento do IPEA, só ocupou três vezes na história: uma delas em 2010 e outras duas na década de 1990, durante a série de privatizações promovidas pelo governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

De modo geral, os entrevistados prevêem melhora no quadro econômico, que em 2011 esteve bem mais desacreditado, principalmente em função do que Pinelli considera “a demora do governo em dar respostas à aceleração da inflação”. Pela pesquisa, subiram, agora, os índices de percepção positiva do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), do controle da inflação e da melhoria da oferta de crédito.

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