Seis partidos nacionalmente aliados a presidente Dilma Rousseff formaram nessa segunda um grupo alternativo para a disputa pelo governo de Minas no ano que vem. Em reunião em Belo Horizonte, dirigentes de PMDB, PSD, PCdoB, PROS, PRTB e PPL anunciaram a intenção de lançarem uma “terceira via” na eleição estadual e tentar colocar fim à polarização entre PT e PSDB.
Apesar de serem aliados históricos do PT nos planos federal e estadual, lideranças das legendas criticaram ontem a postura adotada pelos petistas. Segundo eles, o partido da presidente Dilma tem “excluído” as siglas aliadas do processo de negociação para a disputa de 2014.
Encontro. PMDB e outros aliados do PT no plano nacional iniciam uma articulação para ter um nome na disputa pelo governo de Minas |
“Queremos uma alternativa ao ping-pong existente entre PT e PSDB. O PT tem tido um privilégio grande, com uma tendência hegemônica entre os dois partidos. O PT está deixando todo mundo de lado. Os petistas adotam a mesma postura que os tucanos em Minas”, reclamou ontem o presidente estadual do PMDB mineiro, deputado federal Saraiva Felipe.
Segundo o dirigente, nenhuma liderança do PT foi convidada para participar do debate. E, no que depender dele, nenhum convite será feito. “Os partidos que estão aqui se procuraram para conversar. Não foi ninguém que chamou. O PT não foi convidado”, argumentou. Segundo ele, se nas eleições passadas PT e PMDB caminharam juntos em Minas, neste ano os rumos deverão ser diferentes.
De acordo com Saraiva, o nome do candidato que deve representar o grupo em 2014 será definido em um segundo momento e após a realização de pesquisas pelo Estado. No encontro de ontem, pelo menos dois partidos disseram ter interesse em lançar um nome: o PMDB, com o senador Clésio Andrade, e o PCdoB, com a deputada Jô Moraes.
Negociação. Os aliados não pouparam críticas à postura do PT e prometeram travar uma batalha no Estado, levando a disputa para o segundo turno.
De acordo com o presidente estadual do PSD, Paulo Safady Simão, ainda é preciso percorrer um longo caminho até chegarem a uma definição. “Mas é possível que essa discussão desague em uma terceira via”, afirmou.
Já Jô Moraes garante que os legendas unidas em Minas não vão “aceitar negociar em troca de cargos”. “Não se pode fazer política com barganha”, disse.
Outro lado
Acordo. Lideranças do PT-MG têm dito que em 2014 haverá convergência entre petistas e peemedebistas. Elas garantem que um acordo está “fechado” entre as direções nacionais das siglas.
Em negociação
Indefinição. Apesar do discurso pronto, no ano passado, o PSD viveu uma indefinição em Belo Horizonte. Enquanto um grupo fez campanha para o então candidato a Prefeitura de Belo Horizonte Patrus Ananias (PT), aliados do senador Aécio Neves apoiaram a reeleição de Marcio Lacerda (PSB).
Sem acordo. Ao ser perguntado sobre a possibilidade de o PMDB apoiar o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel (PT), na disputa pelo governo do Estado em 2014, o deputado Saraiva Felipe (PMDB) disse não vislumbrar esse cenário.
Cargos. Resposta negativa também foi dada quando perguntado se a postura se manterá caso sejam negociados ministérios em troca do apoio.
Fonte: O Tempo